segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal!!!!!!!


Desejo a todos os amigos e amigas um ótimo natal, seja cá, ou além mar;

Que possamos festejar a harmonia em grupo, seja com Perú, ou com Bacalhau;

Que possamos brindar esta data especial de união e reconciliação, seja com caipirinha, ou com vinho;

Que possamos dançar a alegria de estarmos juntos, seja com samba, ou com rancho;

E que tudo isso possa ser feito com muito amor e carinho, na companhia dos amigos, familiares e pessoas do Bem.
Um abraço virtual bem forte, na impossibilidade de fazê-lo presencialmente,
FELIZ NATAL,


Adalto Guesser.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A380 no Brasil

Pousou hoje no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, o AirBus A380, o avião gigante que tem capacidade de transportar até 800 passageiros. Segundo informações da Airbus, Cumbica é o único aeroporto brasileiro com condições para receber o aparelho. Nem era necessário muito estudos, bastava passar pelas salas de embarque do aeroporto de Guarulhos para descartá-lo. Já fico surpreso que tenha um aeroporto em São Paulo que tenha as condições mínimas de segurança para conseguir pousar e decolar o A380.
Pousar e decolar a aeronave vai ser o de menos, quero ver fazer check-in e embarque sem atrasos. Se num voo de 100 passageiros a média de atraso é de 2 horas, imaginem nesse de 800.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Desacostumado do jeitinho brasileiro

Quase uma semana abaixo dos trópicos e muita dor de cabeça.
Não quero que o meu leitor imagine que estou descrente do meu país, nem que esteja a propagar esnobisbo por estar a morar na Europa, mas este lamento é um grito de angústia depois de dois anos sem voltar ao Brasil. Acho que perdi o costume do “jeitinho brasileiro”, das filas intermináveis nos correios, nos bancos, no trânsito, da falta de vontade dos funcionários públicos e da pouca educação com o cidadão, daquelas atitudes típicas de quando se está fazendo um favor, e não cumprindo uma obrigação, da enxurrada de notícias de criminalidade, violência e corrupção e das famosas e midiáticas CPIs que sempre “terminam em pizza” nas vésperas de alguma festa de final de ano, final de campeonato de futebol, ou antes do carnaval.
Não queria falar dessas coisas negativas, mas é quase impossível não declarar esse sentimento de quase revolta que me assombra. Alguns problemas idênticos tive antes de sair da Europa, como por exemplo, os cada vez mais comuns atrasos nos aeroportos. Infelizmente, posso assegurar que um pequeno detalhe faz toda a diferença. Enquanto em Lisboa todos os funcionários da companhia aérea pareciam estar visivelmente preocupados em dar satisfações, acomodar os passageiros com dignidade até a liberação do embarque, utilizar a frase mágica “peço desculpas em nome da companhia”, no Brasil fomos todos “despejados” numa situação completamente desrespeitosa. O aeroporto de Guarulhos enfrenta um caos absurdo. Ao tocar o solo começa-se a sentir a diferença. Os cartões de visita brasileiros são, como se diz em Portugal, “do pioriu”: funcionários extremamente estressados, sem paciência para repetir as mesmas informações que nunca informam nada, uma TV, mal sintonizada, que só passa notícias ruins, como a do rebaixamento do Corintians, uma esteira de retirada das bagagens que não é suficiente para um ônibus de 30 lugares, quanto mais para um avião com 300, a funcionária da alfândega que parece ter estado cinco noites sem dormir e emana mau humor pelos poros, a fila no redespacho de bagagens nos vôos domésticos e o inevitável atraso em “todos” os vôos que se acumulam, duas horas para o embarque, mais uma hora dentro da aeronave esperando a liberação de decolagem, isso para fazer um vôo de 45 min.
Não era esse Brasil que eu queria ter encontrado logo de cara... era aquele Brasil que dá exemplo de virtudes, de cidadania, de lutas sociais, de conquistas, um Brasil que a tantos anos venho estudando e tenho, de alguma forma, ajudado a promover através do meu trabalho. Mas não posso ser hipócrita e fechar aos olhos para a realidade concreta.
Nós, brasileiros, estamos nos acostumando com as sobras que nos dão! Estamos nos habituando com as coisas que não funcionam, com os roubos, com a violência, com os serviços mal prestados, com o mau humor do funcionalismo público e privado, com a falta de educação e de responsáveis pelos erros e pelas mazelas. Enquanto eu estava (estou) completamente indignado de ver uma sala de embarque que deveria atender no máximo 200 pessoas, conter em torno de 600 (a contar pela quantidade de vôos e número de passageiros médios), todas amontoadas e em pé, com idosos, doentes, cansados, crianças, todos apertados como se estivessem presos numa cela superlotada, com um banheiro imundo e mal cheiroso, com o sistema de som avariado e sem condições, com o ar-condicionado desligado, sem falar no tratamento "VIP" da companhia aérea. E o pior... a quase totalidade das 600 pessoas que ali estavam lamentavam-se mais do rebaixamento do Corintians do que das condições sub-humanas que estavam a lhes ser impostas. É por fatos como este que concluo que estamos nos acostumando com os maus tratos, com a falta de respeito, com as migalhas que nos dão e com a roubalheira que nos fazem. Não posso aceitar que 600 pessoas reunidas num mesmo local a sofrer os mesmos problemas se preocupem mais em se lamentar do rebaixamento de um time de futebol do que criticar e exigir respostas para aquela situação humilhante e vexatória.
Na TV mal sintonizada vem outra bomba, o projeto de prorrogação da CPMF (Comissão provisória (???) sobre movimentação financeira), que serve para a melhoria do serviço de saúde pública. Que melhorias? Onde estão as melhorias dos serviços e atendimentos? E todos seguem desconfortáveis, mas fazendo piadinhas intragáveis das mazelas ditadas de cima.
Estou mesmo desacostumado do “jeitinho brasileiro”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

"Pais" precisam observar navegação dos filhos na Internet

Bem em sintonia com o texto que publiquei ontem, saiu uma interessante reportagem no Yahoo Notícias, seção "Mundo". A reportagem fala da declaração de uma das mais famosas polícias de investigação de crimes sexuais, da polícia de Toronto, no Canadá.

Ao tratar da questão dos crimes sexuais praticados pela Internet e da relação do perigo que isso representa no acesso de menores, a polícia é categórica no que tange à responsabilidade dos pais.

Veja um pequeno trecho que extraí:

"Filtros, fiscalização permanente e até mesmo o uso de impressões digitais para conexão não bastarão para impedir que adultos determinados obtenham acesso a sites infantis na Internet, e cabe aos pais monitorar o que seus filhos fazem online, de acordo com a mundialmente famosa unidade de crimes sexuais da polícia de Toronto." (...)

"Os pais precisam continuar vigilantes; precisam fornecer as ferramentas às crianças e manter comunicação com elas... É preciso sempre conversar com elas. Não basta uma conversa sobre segurança na Internet feita uma única vez"


O artigo completo pode ser lido no link que disponibilizo aqui.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Internet é "a grande inimiga da família", diz presidente da OMF

Às vezes assusta-me determinados posicionamentos de líderes de instituições internacionais. A última, e mais chocante, foi a declaração da presidente da OMF (Organização Mundial da Família), uma instituição ultraconservadora que nasceu em 1947 com o objetivo de reunificar as famílias dispersadas pelas 2ª Guerra Mundial. Para meu desprazer, a tal presidente é uma brasileira, a curitibana senhora Dra. Deisi Kusztra, que vem em público, numa cúpula mundial fazer uma afirmação tão ridícula quanto patética. Segundo fontes da EFE, publicadas pela Folha OnLine, Deisi Kusztra, disse nesta segunda-feira que a internet é a "grande inimiga" da família na Europa e países desenvolvidos. Segundo ela, juntamente com a globalização, a tecnologia estaria fazendo com que piorasse a situação das famílias no mundo. "Antes dizíamos que era a televisão, mas hoje é a internet que afeta negativamente as famílias e cria muitos problemas, sobretudo entre as crianças" (...). Pornografia, pedofilia, drogas, crimes, maus hábitos, tudo isso pode chegar às crianças por meio da rede e isso traz muitos problemas".
Desde o início de meus estudos sobre sociologia da técnica e tecnologia venho discutindo afirmações absurdas como esta que deslocam a responsabilidade de uns para os ombros dos outros. A ciência, juntamente com a técnica e a tecnologia, tem sido, desde sempre, alvo de um olhar receoso por grande parte dos “homens (e mulheres) comuns”, ou seja, daqueles que não possuem uma iniciação científica ou tecnológica. Ouvir tal afirmação de um leigo, de um usuário de tecnologias que nunca estudou a ciência é uma coisa até aceitável, mas ouvir um disparate deste de uma doutora é algo lastimável. Médica, pediatra e doutora em saúde pública, a ilustríssima senhora vem a público jogar a responsabilidade das desventuras de uma instituição social desreferenciada para elementos, como se no Ciberespaço não houvessem famílias ou não fosse espaço de famílias.
De fato, alguns autores, no início dos estudos sobre a técnica e a tecnologia atribuíram à tecnociência um papel semelhante ao que os mitos ocuparam na Antiguidade, ou seja, de entidades possuidoras de forças extraordinárias capazes de transformar a realidade vivida em novas realidades inimagináveis. Mas já há muito que esta visão parcial e mitificadora tem sido rejeitada pelo estudiosos sérios. Trato destas questões pormenorizadamente em meu livro no capítulo 2, e por isso não me vou alongar aqui. Sou do posicionamento teórico filosófico de muitos autores que têm se esforçado em mostrar que a tecnociência não é uma criatura diabólica. Faço uso da imagem ilustrativa de Collins e Pinch, que diz que a tecnociência não é nem boa, nem má, é só um tanto boba. Tais autores utilizam uma imagem ilustrativa que compara a tecnociência com o Golem, uma criatura mitológica judaica que possui uma grande força e capacidade, mas que, é um tanto desajeitada ao realizar as suas ações. Devido ao seu tamanho e sua grande força – de cuja dimensão o Golem não possui total noção – torna-se um ser perigoso para conviver com seres menores e mais fracos; ou, ao menos, essa convivência exige um cuidado redobrado para evitar acidentes inesperados. Em resumo, “a ciência do Golem não pode ser responsabilizada pelos seus erros; os erros são nossos”.
Outra visão que tenho lutado muito contra é a noção de “impacto”. A tecnociência não é algo à parte da sociedade, ela é constituinte e constuidora do corpo social. Por isso afirmo com Dra. Tamara Benakouche, é “preciso desmistificar a falsa autonomia da técnica, rejeitar a noção de impacto tecnológico, reconhecer, sobretudo, a trama de relações – culturais, sociais, econômicas, políticas que envolve sua produção, difusão e uso. Em outras palavras, a tecnologia não faz parte da sociedade, ela “é a sociedade.
O Ciberespaço, desde o início dos estudos sobre, tem vindo a ser identificado como um espelho recriado, virtual da realidade. O Ciberespaço (o mundo da Internet), não é artificial, é real. Ser virtual não é ser irreal, já afirmaram tantos autores, dentre eles para citar apenas dois mais conhecidos no mundo ciber, Pierre Levy e Manuel Castells. A internet é apenas um meio de socialização como tantos outros. Compõe-se de uma rede, mas não de uma rede de computadores: é uma rede de pessoas. Toda as mazelas encontradas na Internet, tudo o que ela possui de bom, tudo o que proporciona de positivo e de negativo, tudo isso é espelho da sociedade em geral. Tudo que se pode encontrar na Internet, encontra-se fora dela, e só está nela porque é espelho da sociedade da qual faz parte.
Eu pergunto à senhora Dra. Deisi Kusztra, quem é o pai que deixa o filho solto no centro de uma grande metrópole, sem dar-he educação e conselhos, e não teme que ele seja corrompido pelas maldades da sociedade, pela violência das cidades, pelo egoísmo de uns, pela lascívia de outros? E por que deixariam os pais, no ciberespaço, seus filhos soltos sem acompanhamento, sem orientação, sem cuidados? Qual o papel da família neste caso? Qual o papel dos pais? onde fica o papel fundamental da família, de ser espaço primeiro de socialização, de educação e de orientação para a vida? A Internet é o instrumento do diabo porque temos medo dela? Ou porque queremos culpar alguém pelas nossas impotências e limitações? O que devem fazer os pais, impedir seus filhos de freqüentarem o ciberespaço para salvarem a família, proibí-los de acessar este universo social? Que família estamos utilizando como referência? Onde vive esta família ?
Cara Dra. Deisi Kusztra, o seu papel como presidente da OMF é convocar as famílias para suas responsabilidades, demonstrar, clarificar, criar meios para que os pais percebam a sua responsabilidade enquanto educadores, guias, orientadores, mas não empurrar o lixo para debaixo do tapete. Cuidado, no primeiro vendaval ele pode lhe ser atirado todo na cara.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A dosagem, a toxidade e a superabundância


Noutro dia, em meio a um bar na pacata cidade lusitana do conhecimento, eu e mais três amigos, todos ilustrados, caímos numa longa conversa sobre a dosagem, a toxidade e a superabundância. Este último termo não correu na conversa, fui eu quem o forjou depois de algumas reflexões. Vale ressaltar que estava diante de dois grandes nomes da química, que por vieses diferentes (um bioquímico e outro bio-agrônomo) percorremos bancadas de laboratórios, falamos de reagentes, de financiamentos para ciência e tecnologia, de software, de jogos políticos, de corrupção, de tabela periódica, de fator H, de metais pesados, de aparelhos e computadores, de vidrarias e tantas outras coisas que compreendem as nossas vidas de laboratório, rodeados de elementos humanos e não-humanos que compõem a nossa prática cotidiana de fazer Ciência. Foi ali, no Moelas (bar genuíno de Coimbra), que produzimos uma mini-conferência interdisciplinar, ou melhor, transdiciplinar, sobre a medida do bom e do reprovável. Em outras palavras, daquilo que necessitamos e daquilo que nos faz mal.
Faz muito tempo que as ciências sociais abandonaram quase repulsivamente uma interpretação biologicista da sociedade. No início destas ciências, os pais fundadores possuíam uma visão assim, de que a sociedade era similar a um organismo vivo, a exemplo da tão bem sucedida ciência de então, a Biologia. Émile Durkheim, considerado o pai da Sociologia, comparava a sociedade a um corpo humano, com suas “funções” claras e objetivas, daí o surgimento do paradigma funcionalista. Cada instituição social correspondia a uma parte do corpo e caso uma delas faltasse era considerado, no linguajar científico, como uma anomia, se uma parte não funcionasse como deveria funcionar, era considerada como se estivesse doente, um caso patológico a ser tratado e restituído de saúde. O campo que determinava a saúde do corpo biológico para a ciência (na época) era a Medicina, e para a sociedade era o Direito. Esta é uma visão hegemônica ainda hoje nas ciências em geral quando se trata de sociedade, principalmente no Direito e algumas disciplinas correlatas. Entretanto, já bastante criticada e, de alguma forma, suplantada nos meios acadêmicos mais atuais que preferiram rejeitar esta visão funcionalista e organicista, por outras de vieses estruturalistas e culturalistas.
Não venho neste texto argumentar em defesa do retorno de uma visão funcionalista de ciência, nem a forte componente positivista de meus colegas das ciências “duras”, mas, por um sistema de analogias ecológicas, que ultimamente me tem vindo a se impor, quero ressaltar uma imagem ilustrativa que pode me vir a servir mais ou menos como parábola argumentativa. Meus colegas falavam na ocasião, partindo de seus referenciais mais caros, o da química, sobre a propriedade dos elementos e sua relação com os organismos vivos, um deles especificamente trabalhando com questões relativas aos organismos humanos (o bioquímico) e o outro com organismos vegetais (o bio-agrônomo). Ambos estavam de acordo de que na natureza encontram-se uma variedade de elementos químicos que compõem os átomos, que por sua vez são os constituidores de nossas células, órgãos e corpos. Também concordavam que tais elementos são absorvidos de forma natural, ou induzidos, pelos organismos através dos processos de alimentação (nutrição) ou contaminação, direta ou indiretamente. A questão que permeou o debate era sobre o limite aceitável desses componentes e o que definia que um dado elemento passasse de “essencial”, para “não essencial”. Cabe aqui um preciosismo científico que faço ressalva, para um, tudo o que não é essencial é diretamente tóxico, o que seria determinado pela dosagem, e para o outro os tóxicos compreendem um terceiro grupo de elementos à parte. Debate travado, consenso nunca facilmente atingido entre campos distintos da ciência, conclui-se pela necessidade de maiores estudos e de uma nova rodada de discussões e de testes que comprovem empiricamente a validade das hipóteses de um, e de outro.
Eu, de minha parte, calado quase todo o tempo, a rir-se com outra colega do grupo de diversas situações de exaltação que se travavam entre os “cruzados” cientistas, não permaneci incólume ao debate. Como alguns sabem, ainda acredito na máxima dialética de que toda linha discursiva parte da relação entre uma tese e uma antítese, para chegar a uma síntese. A síntese do debate centrou-se na proposição, mais ou menos consensual, de que todo elemento em excesso pode (apesar de não haver acordo de que se transformaria em tóxico) provocar danos de alguma forma para o organismo. É aqui que eu, um jurista, economista, sociólogo, entro com o meu conceito de superabundância e minhas reflexões eco-analógicas. O excesso, ou seja, a superabundância, de fato, tem sido há muito tempo a causa de tantos problemas sociais. O problema da divisão das riquezas, da concentração por parte de uns e da ausência por parte de muitos outros tem sido a grande questão que tem motivado pilhas e pilhas de investigações acadêmicas, que seguem de trabalhos de conclusão de curso até teses de doutorado. A má distribuição dos bens produz a riqueza e a sua antagônica, a pobreza. A riqueza produz individualmente uma série de benefícios materiais para o rico, mas socialmente causa um elemento disturbador, patológico: a pobreza.
Gostei dessa imagem eco-comparativa, ou eco-analógica. Pensar que o excesso é veneno, tóxico, doença, mal, é uma forma de buscarmos o equilíbrio. Eu que ando tanto no meio de engenheiros e de máquinas, estou a gostar de agora também andar entre químicos e pipetas. A complementaridade de saberes é necessária de ser empreendida através de um processo de “tradução”, não de substituição ou de pura incorporação. Fazer uso de linguagens co-relatas não é assumi-las literalmente de forma cega e acrítica. É necessário dialogar, e não rejeitar o diferente. A cosmovisão dos meus colegas das ciências duras pode ser um tanto questionável para mim, que sou das ciências “moles” (????, lol, sempre rio disso), mas não pode ser auto-excludente. Senão estaremos criando barreiras, onde poderíamos estar construindo pontes.

domingo, 25 de novembro de 2007

Quando o tempo faz-se sentir



Quando o tempo faz-se sentir, acontecem emanações em nossas vidas, algumas vezes expressas fisicamente (cansaço, debilitações, excitação, ...), mentalmente (estresses, depressões, recolhimentos, ...). Uma das formas que ele se manifesta em mim é através da abertura da veia poética. E daí surgem coisas como esta:


O tempo quer fim

(Adalto Guesser)

Quente momento,
Que esfria com o tempo,
Que foge de mim.
É um triste tormento
Aceito o devir.

Ò tempo cruel
Por que roubas de mim?
Aquele momento,
De triste castigo,
Que fostes comigo
Início e fim.

Retenho bem perto
A doce ternura,
Palavras tão puras,
Tão duras, seguras...
O tempo quer fim.

Eu parto contendo,
Querendo esquecer
O choro trancado,
De um corpo cansado:
Difícil é viver!
E segue a vida,
Sofrida, ferida, sentida
De um sonho vivido
Que foi-se perdido
De ter-te em mim.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Síndrome de colonizador (Texto de Boaventura Sousa Santos)

Reproduzo abaixo o texto do meu orientador de tese, Dr. Boaventura de Sousa Santos, sobre a questão do incidente diplomático entre o Rei Juan Carlo I de Espanha e o presidente Venezuelano Hugo Chavez durante a XVII Cúpula Iberoamericana, realizada no Chile no dia 10 de novembro deste ano.

Síndrome de colonizador
(Texto Publicado pela Revista Carta Maior - Sessão DEBATE ABERTO)

¿Porqué no te callas?

Não se imagina um chefe de Estado europeu dirigir-se nesses termos publicamente a um colega europeu quaisquer que fossem as razões do primeiro para reagir às considerações do último. Esta frase é reveladora em diferentes níveis. (SANTOS)

Esta frase, pronunciada pelo Rei de Espanha dirigindo-se ao Presidente Hugo Chávez durante a XVII Cúpula Iberoamericana realizada no Chile, no dia 10 de Novembro, corre o risco de ficar na história das relações internacionais como um símbolo cruelmente revelador das contas por saldar entre as potências ex-colonizadoras e as suas ex-colônias. De fato, não se imagina um chefe de Estado europeu dirigir-se nesses termos publicamente a um colega europeu quaisquer que fossem as razões do primeiro para reagir às considerações do último. Como qualquer frase que intervém no presente a partir de uma história longa e não resolvida, esta frase é reveladora em diferentes níveis.Ela revela, em primeiro lugar, a dualidade de critérios na avaliação do que é ou não democrático. Está documentado o envolvimento do primeiro-ministro de Espanha de então, José Maria Aznar, no golpe de Estado que em 2002 tentou depor um presidente democraticamente eleito, Hugo Chávez. Porque, naquela altura, a Espanha presidia à União Européia, esta última não pode sequer clamar total inocência. Para Chávez, Aznar ao atuar desta forma, comportou-se como um fascista. Pode questionar-se a adequação deste epíteto. Mas haverá tanta razão para defender as credenciais democráticas de Aznar, como fez pateticamente Zapatero, sem sequer denunciar o carácter antidemocrático desta ingerência? Haveria lugar à mesma veemente defesa se o presidente eleito de um país europeu colaborasse num golpe de Estado para depor outro presidente europeu eleito? Mas a dualidade de critérios tem ainda uma outra vertente: a da avaliação dos fatores externos que interferem no desenvolvimento dos países. Num dos primeiros discursos da Cúpula, Zapatero criticou aqueles que invocam fatores externos para encobrir a sua incapacidade de desenvolver os países. Era uma alusão a Chavez e à sua crítica do imperialismo norte-americano.Pode criticar-se os excessos de linguagem de Chávez, mas não é possível fazer esta afirmação no Chile sem ter presente que ali, há trinta e quatro anos, um presidente democraticamente eleito, Salvador Allende, foi deposto e assassinado por um golpe de Estado orquestrado pela CIA e por Henry Kissinger. Tão pouco é possível fazê-lo sem ter presente que atualmente a CIA tem em curso as mesmas táticas usando o mesmo tipo de organizações da “sociedade civil” para destabilizar a democracia venezuelana. Tanto Zapatero como o Rei ficaram particularmente agastados pelas críticas às empresas multinacionais espanholas (busca desenfreada de lucros e interferência na vida política dos países), feitas, em diferentes tons, pelos presidentes da Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e Argentina. Ou seja, os presidentes legítimos das ex-colônias foram mandados calar mas, de fato, não se calaram. Esta recusa significa que estamos a entrar num novo período histórico, o período pós-colonial, teorizado, entre outros, por José Marti, Gandhi, Franz Fanon e Amilcar Cabral e cujas primicias políticas se devem a grandes lideres africanos como Kwame Nkrumah. Será um período longo e caracterizar-se-á pela afirmação mais vigorosa na vida internacional dos países que se libertaram do colonialismo europeu, assente na recusa das dominações neocoloniais que persistiram para além do fim do colonialismo.Isto explica porque é que a frase do Rei de Espanha, destinada a isolar Chávez, foi um tiro que saiu pela culatra. Pela mesma razão se explicam os sucessivos fracassos da União Européia para isolar Roberto Mugabe.Mas “¿porqué no te callas?” é ainda reveladora em outros níveis. Saliento três. Primeiro, a desorientação da esquerda européia, simbolizada pela indignação oca de Zapatero, incapaz de dar qualquer uso credível à palavra “socialismo” e tentando desacreditar aqueles que o fazem. Pode questionar-se o “socialismo do século XXI” - eu próprio tenho reservas e preocupações em relação a alguns desenvolvimentos recentes na Venezuela - mas a esquerda européia deverá ter a humildade para reaprender, com a ajuda das esquerdas latinoamericanas, a pensar em futuros pós-capitalistas. Segundo, a frase espontânea do Rei de Espanha, seguida do ato insolente de abandonar a sala, mostrou que a monarquia espanhola pertence mais ao passado da Espanha que ao seu futuro. Se, como escreveu o editorialista de El País, o Rei desempenhou o seu papel, é precisamente este papel que mais e mais espanhóis põem em causa, ao advogarem o fim da monarquia, afinal uma herança imposta pelo franquismo. Terceiro, onde estiveram Portugal e o Brasil nesta Cúpula? Ao mandar calar Chávez, o Rei falou em família. O Brasil e Portugal são parte dela?

(Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Portugal).

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Guía Práctica sobre Software Libre, su selección y aplicación local en América Latina y el Caribe





Conforme prometido, segue o conteúdo na íntegra (em espanhol) da publicação da UNESCO, "Guía Práctica sobre Software Libre, su selección y aplicación local en América Latina y el Caribe".


Parece ser um ótimo material. Ao menos é uma raridade sobre o tema. Ainda não posso expressar nenhuma opinião porque não tive tempo de explorá-lo. Na medida que o fizer, vou tecendo comentários.




domingo, 18 de novembro de 2007

Perplexidades!!!

No mundo que vivo atualmente, encerrado em uma redoma de um escritório, diante de um computador que me permite olhar o mundo inteiro (????) através de uma janela virtual, a fazer sociologia da técnica e da tecnologia, o direito e as teorias macro-sócio-econômicas me servem de baliza para não escorregar na fluidez da concretude do real. No meu mundo ultra-especializado, o virtual se confunde com o real, e eu, idem. Às vezes, fico tão imerso no meu recorte da realidade, absorto pelas metanarrativas explicativas em que me apoio, que me esqueço de abrir uma outra janela, aquela do meu escritório, e olhar para o lado de fora, ver o mundo de verdade, das pessoas, dos impulsos, dos gostos, dos desejos, dos sentidos, das raivas, das ações e reações.
Causou-me tanta incomodação ler a notícia do bárbaro assassinato de um garoto de 12 anos, em Santa Maria, município de GO, a 26 km do DF, que calhou-me por acaso através de um e-mail que recebi de um amigo de além-mar, que por dias não consegui deixar de pensar que é para este mundo que vou voltar dentro de alguns dias. Segundo relato desta grande fonte jornalística, uma das mais confiáveis que conheço, o caso tem mais ou menos essa narrativa (que não é meta, é particular). O autor do crime é o próprio meio-irmão da vítima, de 17 anos, que simulou o seqüestro do menino e pretendia extorquir R$ 45 mil do pai para fugir da família com a meia-irmã, de 13 anos, com quem mantinha um caso amoroso, há quase um ano. O rapaz, caçula da família, que sonhava ser jogador de futebol, foi estrangulado pelo meio-irmão com um fio de náilon, em um matagal. Tão simples quanto isso. Enredo típico de todos os finais de noite no seriado CSI. Já deveria estar acostumado. Mas não estou!
Poderíamos nos perguntar o que teria motivado um “homem” chegar a tal ponto de tirar a vida de outro, por tão pouco. Mas as perguntas não são bem essas. As perguntas, obviamente, são porque uma “criança” de 12 anos foi morta, por outra de 17, por uma ninharia de dinheiro, envolvendo outra criança de 13 anos (a tal meia-irmã)? Que confusão de sentimentos se entrelaçam nesses mundos privados de nossas sociedades, que fazem esses “meio-irmãos” se quererem e valerem tão pouco? Por qual motivo adolescentes reproduzem práticas hediondas como estas com a maior naturalidade? Por que sonhos de uns são interrompidos para realizar sonhos de outros tomando como moeda a vida? Vale a pena viver numa sociedade onde nem os valores mais elementares dos laços familiares, onde a célula básica de convivência é assim tratada, como se fosse um campo de guerra de todos contra todos? O que fazemos nós, juristas, sociólogos, economistas com uma sociedade como esta? Falta o que? (Deus seria a resposta?????). Se arrisco dar esse palpite, me expulsam da academia. É tanta complexidade que como sociolólogo deveria estar mais ou menos acostumado e ter meia dúzia de hipóteses explicativas. Porém, só uma arriscaria, aquela que me expulsaria da sacro-sancta ciência. Respostas não existem no comércio, nem nas prateleiras ilustradas das bibliotecas universitárias, precisam ser fabricadas nos escritórios e gabinetes iguais aos meus (Oh, my God!). Pra já, não acredito que alguém as tenha de pronto. Perplexidades sobram.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Campus Party Brasil 2008


Conforme prometido, estou a divulgar...

Você já pode reservar sua vaga para participar da Campus Party Brasil!

Basta preencher o formulário com seus dados pessoais clicando aqui.

Em breve será disponibilizado no site as instruções para a inscrição de menores. com doze anos completos já se pode ser campuseiro! Porém, é necessária uma autorização dos pais, seguindo todos os passos que serão descritos no regulamento, e a assinatura de um maior que acompanhe e se responsabilize pelo menor durante todo o evento. Essa regra vale para todo mundo que ainda não tem dezoito anos completos. Quem já tem, é só tomar conta do seu nariz e participar!

90 mil computadores com Software Livre para escolas públicas brasileiras


Bons ecos começam a ressoar após a 4ª Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware 2007), que se encerrou neste último dia 14, em Foz do Iguaçu –PR. Foi divulgado durante o evento, pelo gerente de Inovações Tecnológicas do Ministério do Planejamento, Sr. Corinto Meffe, que o governo federal começou a distribuir 90 mil computadores com software livre a escolas públicas de todo o país. Segundo as informações avançadas pela Agência Brasil, da Radiobrás, os computadores foram comprados com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e somarão aos 50 mil já distribuídos, acelerando o processo de informatização na educação no país.

Segundo Meffe, o governo vê o uso de software livre como uma “questão quase obrigatória”, pelas vantagens que traz para o setor público, pela transparência e até mesmo como política de continuidade de programas governamentais. “Funciona como proteção para o cidadão, mas o bom é hoje chegar nas empresas, academias, terceiro setor, na casa do cidadão comum, e perceber que todo o país está despertando para a importância desse sistema” (Agência Brasil).

Meffe ainda destacou outras ações do governo federal brasileiro no sentido de promover o uso de software livre, dando exemplo de um projeto da Caixa Econômica Federal (CEF) que pretende para migrar todas as máquinas das casas lotéricas para programas de código aberto e outro dos terminais de auto-atendimento do Banco do Brasil que deverão seguir o mesmo caminho. Adiantou ainda que o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) já economiza R$ 19 milhões com a adoção do software livre e a Previdência Social, R$ 27 milhões. A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) possui uma estrutura de aproximadamente 500 servidores (computadores que cuidam da logística da empresa) que usam software livre.

O Brasil de fato está na frente no que se trata de apostar em tecnologias livres e mostrando ao mundo todo a sua viabilidade. Pena que sempre que se apresentem dados, toda a linha de argumentação centra-se apenas nas vantagens econômicas, obscurecendo todas as demais vantagens que todos nós sabemos que o software livre proporciona. Gostaria muito de que os gestores nacionais se preocupassem também em divulgar à sociedade brasileira as vantagens do ponto de vista da justiça cognitiva e da inclusão social que o código-aberto proporciona em comparação com o código-fechado. Espero que o meu trabalho possa contribuir neste sentido, e é por isso que luto. Enquanto isso, já é grande coisa poder rejubilar-se com essas boas notícias.

Publicação da UNESCO sobre Software Livre na América Latina e Caribe

Jornais dos mais diferentes gêneros divulgaram nos dias 13, 14 e 15 que a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançou no último dia 13 de novembro (2007) na cidade de Foz do Iguaçu, uma publicação interessantíssima intitulada “Guia Prático sobre Software Livre – Sua Seleção e Aplicação na América Latina e no Caribe”. O material, de autoria de Fernando da Rosa e Frederico Heinz está publicado em espanhol. Infelizmente fiz uma busca desesperada pela net e no Site da UNESCO para tentar acessar ao conteúdo do material, mas não tive sucesso. Segundo informação da Agência Brasil, que fora a principal fonte da informação multiplicada posteriormente por vários sites e jornais, o objetivo dos autores é atingir todas as pessoas que buscam uma introdução sobre o tema do software livre, servindo também para aqueles que já possuem alguma experiência no assunto. Além de apresentar alguns estudos sobre o software livre, de suas potencialidades, também fornece informações para os interessados que desejarem experimentar as ferramentas de código-aberto e/ou migrar de sistemas operacionais, sugerindo a maneira mais adequada para cada perfil. Gostaria muito de poder ter lido o conteúdo do material, mas até o presente momento não foi possível. Se algum leitor conseguir alguma indicação, agradeceria que me fosse facultada.Assim que conseguir mais detalhe ou o link para o conteúdo completo, comprometo-me a divulgá-lo neste espaço. Por enquanto resta-me apenas deixar a dica para os mais interessados no tema.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

No mundo nada se cria, tudo se transforma


A cada dia a nossa segurança na rede fica mais vulnerável e mais instrumentos tecnológicos são criados para tentar bloquear os mal intencionados e criminosos de acessarem aos dados que transitam na grande teia global de computadores diariamente. Uma das medidas utilizadas pelos grandes servidores, principalmente aqueles que dão acesso a cadastros gratuitos (ou não) de qualquer gênero (e-mail, blogs, bancos, etc.) é o chamado CAPTCHA (Completely Automatic Public Turing Test to Tell Computers and Humans Apart), que são seqüências de imagens, palavras ou números distorcidos usados para evitar que robôs registrem milhares de contas de usuários em web sites. Com certeza você já se deparou no final de um processo de registro com o pedido de digitar num campo o conteúdo de uma imagem que lhe está associado. Esta é uma medida de segurança, não totalmente segura, mas que garante (???) que seja necessário uma pessoa-humana a realizar o processo, uma vez que tais robôs de registro não conseguem traduzir a informação da imagem.
Entretanto os spammers (espécie de crackers – leiam bem, não são hackers), não se cansam de trabalhar para desenvolver técnicas para quebrar esse tipo de proteção. Ultimamente, foi divulgado pela revista IDNow a mais interessante técnica dos spammers. Cansados de investir milhões em tecnologias caras e complexas de tradução de imagens para textos, os ousados crackers começaram a utilizar um dos mais antigos sistemas de interpretação de imagem da história humana. E de fato, utilizam-se de seres-humanos para tal finalidade e de seus instintos e desejos para atingirem as suas finalidades de quebrar a segurança dos sistemas. Um dos maiores servidores de e-mail grátis da Internet, o Yahoo, está tendo o seu sistema de registro ameaçado por uma tal de Melissa, uma stripper que motiva usuários humanos a decodificar a imagem e traduzi-la para texto, enquanto que os dados estão sendo roubados por robôs e enviados para um servidor em Israel. Cada vez que um usuário descodifica um captcha a Melissa tira uma peça de roupa. No final, quando ela estiver toda nua, isso corresponde a dizer que o usuário descodificou alguns captchas, estes dados então são enviados automaticamente para um servidor em Israel, onde os criadores do criativo sistema de descodificação virtual montam uma coleção de traduções de captchas, que podem ser utilizados, futuramente para, por exemplo, fazer um registro em massa de contas falsas no Yahoo. Essas contas poderão servir para difundir as pragas de spams, vírus e também para realizar operações de crimes cibernéticos que envolvam uma conta de e-mail válido.
Como se pode ver... a tecnologia nem sempre produz novidades, mas inovações. Já diz o velho ditado: “no mundo nada se cria, tudo se transforma”, esta é uma transformação ciborgue, onde o homem aliado à máquina recria antigas formas de interagir com o mundo.

sábado, 10 de novembro de 2007

A Internet em Portugal nos últimos 5 anos

O Portal português Sociedade Digital, apresenta um interessante estudo com conclusões sobre a evolução do desempenho e disponibiliade da Internet em Portugal nos últimos 5 anos. Tendo por base os dados recolhidos pela MarketWare, a empresa que monitoriza a Internet em Portugal, foram identificadas tendências de evolução e comportamento dos sites relativamente ao seu desempenho e disponibilidade. Não repasso neste espaço os dados uma vez que o Portal dá acesso ao conteúdo a usuários registrados no Portal. O registro é gratuíto e livre a qualquer pessoa, bastando preencher um formulário muito simples com o Nome Real, um nome de usuário e indicar uma password. Imediatamente recebe-se um e-mail para confirmar o registro e pronto, basta acessar todo o conteúdo do Portal. Depois de registra-se, clique aqui para ver o artigo completo.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Adiada Temporariamente Inscrições para o Campus Party Brasil 2008


Segundo informações no Blog do amigo Sérgio Amadeu, um dos coordenadores do evento, a abertura das inscrições para a Campus Party Brasil 2008 estão adiadas devido a necessidade de adequação do evento a normas técnicas brasileiras. Em breve, serão repassadas informações completas sobre a nova data para abertura das inscrições no site oficial do evento, no blog oficial e também aqui neste espaço, pois estarei acompanhando tudo com muita atenção.

De qualquer maneira, sirvo-me da oportunidade para divulgar mais uma vez este importante acontecimento em terras brasileiras. Para o leitor que ainda não conhece o Campus Party, fica a dica para visitar os sites, ler as notícias e se interar deste que será, sem dúvidas, o maior acontecimento presencial da comunidade do ciberespaço no Brasil.

CONISLI 2007

Vai acontecer entre os dias 09 a 11 de Novembro/2007, em São Paulo, em segunda edição, o CONISLI - Congresso Internacional de Softwa Livre. Este é um importante evento que conta com o apoio das principais instituições do Software Livre mundial. Veja abaixo a grade temária do evento, consulte a programação por dia e visite o site oficial para saber mais informações.

Site oficial do Evento: http://www.conisli.org/index.new.php.

A Organização do evento liberou hoje a grade de palestas para os 3 dias de evento.

Confira abaixo:

Abaixo a grade temária dos mini-cursos:

terça-feira, 6 de novembro de 2007

PROJETO DE LEI

Caros amigos que apoiaram, coloco abaixo o projeto de lei final que será apresentado pelo Deputado Paulo Teixeira. Grande abraços,
Adalto.

PROJETO DE LEI Nº , DE 2007
(Do Sr. PAULO TEIXEIRA e outros)



Dispõe sobre uso do Fundo Setorial para Tecnologia da Informação - CTInfo para financiar o desenvolvimento de software livre.


O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º Esta lei dispõe sobre uso do Fundo Setorial para Tecnologia da Informação – CTInfo, criado pela Lei nº 10.176 de 11 de janeiro de 2001, para financiar o desenvolvimento de software livre.

Art. 2º Vinte por cento (20%) dos recursos do Fundo Setorial para Tecnologia da Informação - CTInfo devem ser destinados ao desenvolvimento de software livre, incluindo
soluções embarcadas e sistemas que integram componentes já existentes.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - Software: programa de computador. Sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou acontecimento.

II - Software livre: qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído livremente, desde que as alterações efetuadas mantenham-se com a mesma licença do software original. A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de software livre, e tornar o código fonte do programa disponível.

Art. 4º Poderão solicitar o financiamento, a qualquer tempo, combinando recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis, empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa, cooperativas e outras instituições públicas ou privadas, inclusive comunidades de desenvolvedores, através de editais lançados pelo CTInfo.

Art. 5º Os projetos de software livre deverão ser aprovados por um conselho instituído por portaria do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com participação majoritaria de membros da comunidade de software livre (mínimo de duas cadeiras).

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


JUSTIFICAÇÃO
A proposta deste projeto de lei é fomentar o desenvolvimento de programas de computador sob a filosofia do Software Livre. Esses softwares são produções intelectuais de propriedade coletiva e criados de forma colaborativa por meio da rede mundial de computadores, a Internet. Seu modelo de licenciamento exige que o código-fonte seja aberto e não restrija sua livre cessão, distribuição, utilização e alteração de características originais.
O CTInfo - Fundo Setorial para Tecnologia da Informação destina-se a estimular as empresas nacionais a desenvolverem e produzirem bens e serviços de informática e automação, investindo em atividades de pesquisas científicas e tecnológicas. Reservar 20% dos recursos do fundo para garantir a forte indução de projetos de pesquisa na área de Software Livre trará enormes beneficíos para a sociedade brasileira:

1 - Questão economica:

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) são cada vez mais importantes na vida das pessoas e das empresas. Ao depender de soluções fechadas, pagamento licenças proprietárias, o país fica refém de poucas empresas, em maior parte multinacionais. Apenas como exemplo, um pacote simples (com sistema operacional, editor de texto e planilha proprietários) custa hoje, para cada computador, em média US$500,00 - e não pode ser copiado, distribuído ou alterado, ficando a critério do fabricante o período de manutenção e a determinação da vida útil dos mesmos.
Já o sistema operacional livre GNU-Linux e o pacote BrOffice.org, por exemplo, podem ser obtidos gratuitamente através da Internet, podendo ser reproduzido quantas vezes for necessário.
Com adoção maciça de Softwares Livres no Brasil, o país deixaria de enviar uma quantidade significativa royalties e licenças para o exterior, sobrando verbas públicas e privadas para o investimento em áreas de interesse social, como programas de inclusão digital, modernização e desenvolvimento tecnológico.

2 - Transparência e segurança

O acesso irrestrito ao código-fonte do programa traz para ao cidadão brasileiro não só a vantagem de ter maior liberdade de utilização, modificação e distribuição de acordo com suas necessidades, mas também maior transparência e segurança. Isso porque, ao contrário do que ocorre hoje com os programas de código fechado, seu funcionamento pode ser melhor acompanhado e aperfeiçoado por técnicos brasileiros, não havendo "segredos" de conhecimento exclusivo da empresa proprietária. Ou seja, quando houver algum problema no funcionamento do programa, este pode ser identificado claramente, reduzindo o risco de fraudes ou panes de origem desconhecida.

3 - Vantagens técnicas

A adoção deste tipo de programa facilita o prolongamento da vida útil da base instalada de microcomputadores. É sempre bom lembrar que, em média a cada dois anos, as pessoas e organizações têm que trocar seus programas por versões mais atualizadas e seus microcomputadores por outros mais modernos e potentes para poderem utilizar as versões mais atualizadas destes programas. Estas versões novas dos produtos – chamadas updates –, que muitas vezes requerem troca de componentes - chamadas upgrades - são responsáveis por parte significativa dos custos que uma empresa, pessoa física ou órgão público tem quando está informatizada e necessita acompanhar as inovações deste setor.
O acesso ao código fonte e a participação no desenvolvimento de softwares livres propiciam aos desenvolvedores brasileiros o contato direto e efetivo às mais modernas tecnologias desenvolvidas no mundo todo, disseminado este conhecimento em nosso país e elevando o grau de sofisticação tecnológica dos produtos de software desenvolvidos no Brasil.
Este desenvolvimento colaborativo se mostra ainda como uma excelente oportunidade para a divulgação internacional da competência técnica e da capacidade que os profissionais brasileiros têm de desenvolver programas de computador alinhados ás principais tendências tecnológicas do mundo todo.
Como o modelo econômico do software livre tem como base a prestação de serviços, a utilização internacional de software livre desenvolvido no Brasil apresenta-se ainda como uma oportunidade para expandir a exportação de serviços em TIC para o mundo todo.

4 - Uma alternativa que dá certo no mundo inteiro

Há mais de quinze anos discute-se em todo o mundo a livre manipulação dos programas de computador. Até há pouco tempo era impossível usar um computador moderno sem a instalação de um sistema operacional proprietário, fornecido mediante licenças restritivas de amplo espectro. Ninguém tinha permissão para compartilhar programas livremente com outros usuários de computador, e dificilmente alguém poderia mudar os programas para satisfazer as suas necessidades operacionais específicas.
Hoje, a realidade é diferente. Os sistemas que estamos propondo são usados por milhões de pessoas, de forma livre, no mundo inteiro. Há um incontável número de empresas que o adotaram, entre elas as gigantes multinacionais Mercedes Benz, General Motors, Boeing Company, Sony Electronics Inc., Banco Nacional de Lavoro da Itália, Chrysler Automóveis, Science Applications International Corporation (indústria de armamentos) e os órgãos públicos Agência Nacional de Armamentos dos EUA, Marinha Norte-Americana (USA Navy), Correios Norte-Americanos (United States Postal Services), Agência Espacial Norte-Americana (NASA), Departamento de Estado dos Estados Unidos, entre outras, que optaram pelo uso de programas livres.
Em todos os setores da sociedade estes programas têm revolucionado o mundo da informática. Os governos de diversos outros países, entre os quais Alemanha e China, já adotaram política de uso de programas livres em seus organismos governamentais. No entanto, nenhum outro país avançou tanto no Software Livre quanto o Brasil, como mostram os resultados do projeto Free Libre Open Source Software (FLOSSWorld), desenvolvido pela Uniăo Européia e que contou com a parceria de 17 organizaçőes em 12 países. Quase 100% dos órgãos do Governo Federal do Brasil utilizam Software Livre de alguma forma. Há também experiências nos principais Estados e Prefeituras, e em grandes empresas como Votorantim, Casas Bahia, Petrobras e Banco do Brasil.

Conclusão

A aprovação desta Lei mostra a preocupação e o empenho do legislador com a autonomia tecnológica, com a evolução científica em nosso país e com a melhoria da qualidade de vida do conjunto da população, contribuindo assim para acabar com os instrumentos de agravamento da exclusão social. Precisamos criar condições concretas para que a juventude brasileira e nossas empresas, públicas e privadas, possam desenvolver tecnologia de fato.
O Congresso Nacional dará também uma importante contribuição ao desenvolvimento econômico, permitindo que pequenas empresas, voltadas para produção, desenvolvimento e suporte de programas livres sejam criadas e desonerando os cofres públicos da transferência de recursos para o exterior.
É, enfim, por estes motivos que contamos com o apoio dos nobres deputados e deputadas para a aprovação deste projeto, regidido em parceria com a comunidade brasileira de Software Livre. Colaboram: Acires Gambeta Guesser, Adalto Guesser, Antonio Terceiro, Carlinhos Cecconi, Celso Guilhermino de Faria, Criziani Machado Felix, Deivi Lopes Kuhn, Edson Cândido Pereira, Felipe Machado, Geisa Lourenzo, Herculano Artulino Guesser, Isabelli Nogueira, João Cassino, Jomar Silva, Júlio Neves, Livia Sobota, Marcelo Marques, Marcus Abilio Pereira, Maria do Rosário Múrcia dos Santos, Mário Teza, Pedro A. D. Rezende, Ricardo Bimbo, Rodinéia Aparecida Bristolf, Rodolfo Avelino, Rubens Queiroz de Almeida, Sergio Amadeu da Silveira, Sérgio Rosa, Teresa Cunha, Vicente Aguiar e Wagner Meira Jr.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Creative Commons e polêmicas

Gostaria de chamar atenção para uma polêmica que está em debate devido ao fato de uma empresa ter utilizado uma imagem de uma menina, publicada num fotoblog pelo seu tutor.
A imagem foi utilizada por uma campainha telefônica para uma campanha comercial na Austrália. Maiores detalhes do caso, ver a reportagem publicada pelo Portal Terra, na seção Internet.

A imagem foi utilizada sem qualquer aviso ou pagamento, isto porque foi publicada na Internet sob a licença Creative Commons, numa modalidade que dá direitos comerciais sobre as criações, pedindo aos utilizadores apenas que creditem o autor, citando seu nome e como encontrá-lo.

Observando a opção default do Flickr, verifica-se que está pré-selecionado "TODOS OS DIREITOS RESERVADOS". Para as fotos em questão estarem sob alguma licença Creative Commons, foi opção da usuária. E essa opção exige que você passe por diversos passos e escolha entre vários tipos de licenças que a Creative Commons oferece. Ou seja, não é algo comum que alguém possa fazer inadvertidamente. A menos que não leia as instruções que são apresentadas passo-a-passo. O que gostaria de chamar atenção neste site, uma vez que sou apologista da Creative Commons e faço com todo gosto e orgulho promoção deste sistema de licenças, é que os usuários ao optarem por publicar conteúdos na Internet ou em qualquer outra forma pública de acesso, tenham o cuidado de analisar as possíveis implicações que podem ocorrer caso não sejam tomadas as medidas certas previamente.

Numa era em que publicamos nossas fotos, diários, poemas, textos, crônicas, etc., abertamente ao ciberespaço, é preciso estar atento para os possíveis usos que podem ser feitos desses materiais por pessoas e organizações mal intencionadas. Publicar fotos no Orkut, no Hi5, no Flickr ou em qualquer site sem determinar os direitos que quer ter sobre elas é um risco que a maioria das pessoas não está ainda preparada a prevenir-se. A questão complica-se no caso de publicar fotos de terceiros, amigos, parentes, etc... Já me deparei em tempos com fotos minhas sendo publicadas em sites de relacionamento por amigos, sem a minha prévia autorização. A questão ficou chata quando o site do tal amigo foi clonado (faking). Neste caso me bastaram as suas desculpas, embora tenha ficado extremamente chateado e perturbado com a situação. Se fosse uma situação que envolvesse questões de direito sobre imagem, a coisa seria mais complicada de resolver.

Pensemos nisso. Não custa perder alguns minutos e refletir sobre a melhor licença Creative Commons que pode garantir os nossos direitos e permitir a nossa liberdade de partilhar materiais na Internet com maios segurança.

Comissão Européia e Microsoft: uma guerra entre titãs

Finalmente o mega trust do “senhor braço de ferro” Steve Ballmer se deu por vencida e fechou um acordo com a Comissão Européia. Segundo fontes do Jornal O Globo, a empresa já acumula uma multa de € 280,5 milhões (U$ 400 milhões) por não cumprir determinações da União Européia, onde foi julgada de estar desenvolvendo práticas comerciais não competitivas. Agora a empresa vai ter de abrir partes do código-fonte do Windows Media Player e torná-lo um aplicativo a parte do sistema operacional Windows; vai ter de fornecer mais e melhores informações de interoperabilidade para seus concorrentes e, principalmente, reduzir o custo de royalties pagos pelo uso de seus programas por empresas que desenvolvem softwares aplicativos para rodar sobre seu sistema operativo.

Segundo informações da agência Reuters, publicadas pela UOL Tecnologias, a Comissão divulgou que a Microsoft fez mudanças substanciais em seu programa de royalties. Em primeiro lugar, os produtores de software livre poderão acessar e usar as informações de interoperabilidade. Em segundo, os direitos autorais a serem pagos pelo acesso a essas informações serão reduzidos para um pagamento único de 10 mil euros (cerca de US$ 14,16 mil). Além disso, os royalties de uma licença mundial, incluindo patentes, serão reduzidos de 5,95% para 0,4%.

A questão do acordo já era de ser esperada. Muitos ativistas do movimento software livre estão de olhos bem abertos acompanhando os termos do acordo estabelecido entre a Comissão e a empresa, pois acreditam que o motivo da Microsoft ter aceitado assinar um acordo dessa monta em primeira instância ainda está por vir às claras. Uma das explicações para o rápido aceite da empresa talvez tivesse sido a aplicação de uma multa diária no valor de U$ 4,5 milhões, por não acatar as decisões da Comissão Européia. A teimosia e a prepotência do testa de ferro administrativo da Mega-corporação já estava assumindo valores impraticáveis o que poderia comprometer a saúde financeira da empresa caso uma medida não fosse logo tomada. Uma medida como essa, quiçá, é algo para ser copiado por outros tribunais em vários cantos do mundo. Parece que só mexendo fundo e em grande no bolso é que as decisões são levadas a sério.

De qualquer forma, os termos do acordo não são completamente desfavoráveis à Microsoft, como era de se esperar, numa leitura rápida e sem exigir conhecimentos jurídicos, pode-se perceber que Ballmer conseguiu articular seus interesses por detrás dos panos e garantir a sua hegemonia e seu precioso “código-fonte”. Vejam a sutileza desta pequena parte do FAQ publicado no site da Comissão:



“Open source software developers use various “open source” licences to distribute their software. Some of these licences are incompatible with the patent licence offered by Microsoft. It is up to the commercial open source distributors to ensure that their software products do not infringe upon Microsoft’s patents. If they consider that one or more of Microsoft’s patents would apply to their software product, they can either design around these patents, challenge their validity or take a patent licence from Microsoft.”



Ninguém dá ponto sem nó, e não seria a mega-corporação mais bem sucedida do imperialismo capitalista que daria. Mas já vale esta importante vitória contra os “intocáveis e imutáveis” do capitalismo. Quando o assunto é Mercado, o buraco fica mais embaixo, já deveria dizer Adam Smith se fosse brasileiro.

Abraços e boa vitória a todos que acreditam e lutam contra a hegemonia informacional.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Olhares!


Esta tela é a minha preferida. Não tenho muitas, mas essa me toca em especial.
Hoje repousa sobre uma parede de um quarto da velha Coimbra, longe das galerias dos artistas, encerrada num quarto comum, de um cidadão comum. Talvez porque a verdadeira arte realiza-se assim, naturalmente e individualmente. Lembro-me de alguns textos que li dos autores da Escola de Frankfurt sobre a instrumentalização da arte, da técnica, etc. Não gosto da idéia de uma arte instrumentalizada por isso prefiro a idéia de deixá-la repousar sossegada e incólume longe dos holofotes mercadorizantes. A pessoa que adormece todos os dias a olhar para ela não sabe quase nada sobre ela, nem quem a pintou, nem tampouco que o seu título é "Olhares". A assinatura do autor é completamente desconhecida do círculo crítico de arte local e o proprietário não sabe nada de arte plástica, apens gostou do colorido da tela. O nome nasceu assim, como nascem quase todas as minhas inspirações artísticas. Ocorrem sempre depois de alguma coisa que me marcou profundamente. Neste caso, deu-se depois da aula inaugural do programa de doutoramento que hoje curso, onde se falou muito em olhares, olhar do colonizador, do colonizado, dos enganos produzidos entre um e outro etc. e das confusões que se criaram por causa desses enganos... isso ficou-me na cabeça, tanto que batizei esse momento de inspiração com esse nome no plural.

Recriando uma infância

Quando não consigo explicações racionais para os problemas mais naturais, fujo para as artes e extravaso o acumulado de sentimentos ora num poema, ora numa crônica, ora numa tela. Uma das minhas últimas tentativas de desafogar os sentimentos (sempre agônicos), tem sido a experiência de reescrever a minha infância. Por vezes resulta meio reinventada, mas sempre baseada em algum fato que me aconteceu algures no tempo e no espaço que já vivi. A crônica que segue é um exemplo desse lampejar de luz e do reflexo que produziu em mim. Espero que percebam na sutileza das entrelinhas literárias o conteúdo daquilo que sou, e assim possam conhecer-me melhor. Voilá!

Como nasce um projeto social (individual)

Minha mãe sempre me ensinou a dividir. Coisa complicada essa história da divisão. Já no infantário fiz a minha primeira experiência matemática do equilíbrio e da justiça social. Mais tarde voltei a estudar a mesma história numa tal teoria complexa, que de tão sólida se desfez no ar. Mas a minha experiência não desapareceu de minha memória e está gravada como marca indelével. Foi com o meu amigo diferente, que fiz minha primeira aula de matemática-sociológica. Disse-me a professora que ele era pobrezinho, por isso não levava lanche para o recreio. Por este fato, fomos todos motivados a dividir o que tínhamos com ele. Era uma riqueza de bolachas, biscoitos de todos os tipos, maças e “ki-sucos” de todos os sabores. Aprendemos assim a fazer uma divisão, cada um de nós dava uma parte do que tinha na lancheira para o escurinho. Funcionou nos primeiros dias, mas não para sempre. Dias depois, eu que era muito inteligente, percebi que o dito cujo estava a acumular riquezas. Recebia tanto que não conseguia comer tudo e metia um bom bocado do que sobrava na sua lancheira, que sempre chegava vazia e voltava abarrotada.
– Injustiça! fui logo gritando, querendo resolver o problema social – Se não tens fome devolve minhas bolachas, isso não é justo! Era por justiça que eu reagia daquela forma explosiva, não por maldade, nem por egoísmo.
– Zóio azul – respondeu ele – não é falta de fome não, isso até tenho bastante. Não comi tudo para sobrar um bocadinho para dividir com meus três irmãozinhos que estão em casa.
Foi ai que eu aprendi que o mundo é maior que o meu mundo particular e que eu não poderia resolver sozinho o problema da divisão das riquezas, porque sempre haveriam desigualdades e necessidades para dividir. O que ainda não entendo bem é essa minha natureza teimosa e utópica. Nunca consigo desistir de tentar; tenho sempre a esperança de conseguir e por isso sigo fazendo contas.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Os enganos dos olhares e a Open Source Initiative (OSI) com a Microsoft


A Microsoft tenta trabalhar de todas as formas para confundir o público e desfocar as atenções das acusações que sobre si recaem advinda dos defensores do open source e do movimento software livre. Recentemente andou a divulgar uma proposta de dois modelos de licenças intituladas Microsoft Public License (Ms-PL) and the Microsoft Reciprocal License (Ms-RL), divulgadas e aprovadas no programa OpenSource Initiative. Segundo os termos destas licenças “shared source”, bastante ambíguos, deixa a entender que os programadores e estudantes de informática podem trabalhar com o código-fonte e desenvolver projetos a partir dos códigos fornecidos pela Microsoft. Entretanto, várias das condições contidas na tal shared source limitam bastante a liberdade do programador e podem colocá-lo numa situação de risco legal, ao infringir, por desconhecimento, os termos que possuem.

Essa iniciativa da Microsoft tenta apenas divulgar ao largo a idéia de que também ela possui iniciativas open source, o que não é verdade. O jogo de ataques está se acirrando cada vez mais e parece que a Microsoft está definitivamente se sentindo ameaçada pela concorrência dos “adversários”. Quem diria!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007


O Google colocou no ar o Google Book.
Neste sítio, ainda em versão Beta (teste), os internautas poderão fazer o download e imprimir na íntegra diversos livros, cujos direitos autorais expiraram, escritos por grandes autores, como Dante, Victor Hugo e William Shakespeare, dentre outros.
A busca pode ser realizada no link http://books.google.com/. Para verificar se o livro está disponível por inteiro, basta clicar na opção "full view".
Através deste projeto, o Google disponbilizará clássicos da literatura mundial para um grande contigente de pessoas, uma ótima iniciativa que com certeza incentivará e intensificará a luta pelo acesso livre ao conhecimento. O Google informou que a opção não está disponível para obras protegidas por direitos autorais.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O processo de colonização tecnológica da Microsoft agora nos Telecentros

Uma das principais frentes de luta do movimento software livre é, desde sempre, a inclusão digital. São inúmeras as iniciativas desempenhadas neste sentido, desde o enorme empenho em criar uma tecnologia acessível financeiramente ou até mesmo gratuita a todos os usuários interessados, até a melhoria dos padrões gráficos e visuais para torná-las cada vez mais amigáveis aos não-técnicos e àqueles que estão a iniciar o uso de tecnologias de informação e de comunicação mediadas por computador.

Uma das primeiras ações de peso do movimento foi a promoção de projetos de inclusão digital que foram oferecidos a algumas prefeituras, e que deram tamanho sucesso, como os casos dos Telecentros de Porto Alegre, os Telecentros de São Paulo e outras iniciativas. Os Telecentros de São Paulo foram criados para oferecer a toda a população, principalmente a mais carenciada de recursos, um espaço onde pudessem aprender e a utilizar os meios tecnológicos disponíveis em um computador ligado à Internet, imprimir documentos, pagar contas, mandar e-mail, tratar assuntos de e-Gov, trabalhos escolares, pesquisas e buscas na rede, etc. Sempre foi pensado como um espaço de cidadania e possuem uma estrutura organizacional muito interessante.

Os telecentros geralmente só são instalados em comunidades onde existam infra estrutura de mobilização social, pois a intenção é que eles se auto-gestionem por uma comissão local e não sejam mais uma ação pública, como todas as outras, de caris paternalistas. Desde o início, o projeto só foi viável porque contou com a participação de técnicos e engenheiros de software comprometidos com a causa do código-aberto, pois os recursos sempre foram escassos e seria inviável solicitar a aprovação de um projeto como este utilizando software proprietário. Neste sentido, a prefeitura de São Paulo entrava com a montagem da infra-estrutura material, apoio técnico e tecnológico por um determinado período, paga algumas contas fixas, como energia elétrica e água e, no mais, são criados comitês gestores da própria comunidade para gerir e determinar os objetivos e as finalidades dos telecentros, a forma de organização do espaço, a forma de acesso, etc. Entretanto, os recursos sempre foram públicos e de doações. Em alguns casos cobrou-se uma taxa de inscrição ou de utilização por algum serviço, tipo impressão, etc... apenas para cobrir os gastos administrativos que não eram suportados pela prefeitura. E estava a funcionar muito bem... os telecentros acumulam histórias de sucesso contadas em livros, dissertações e monografias acadêmicas, congressos, fóruns, palestras. E toda essas histórias estiveram sempre associadas diretamente a experiência de uso de softwares livres nos telecentros.

Ontem, foi marcado um encontro entre a Prefeitura de São Paulo e a Microsoft. A Empresa ao perceber o sucesso da experiência dos telecentros, que mesmo contra-a-corrente conseguiu demarcar seu território e fazer a diferença, e com medo da perda constante de futuros usuários desta tecnologia, ou melhor, de indivíduos adestrados apenas na sua tecnologia, resolveu doar à Prefeitura licenças do Windows e de outros programas aplicativos para a Secretaria de Participação e Parceria (SEPP). Ao longo de 2008, os 170 telecentros atuais da prefeitura serão adaptados para aceitar os dois sistemas operacionais, Linux e Windows. E os 130 telecentros planejados já serão entregues com os dois sistemas. Em cada computador, haverá uma parte do disco com Windows e outra parte com Linux.

Eu não me oponho à utilização deste sistema, até porque defendo a liberdade de escolha, e se falamos em inclusão digital, devemos pensar em dar oportunidades de escolha aos nossos sujeitos dotados de capacidades de discernimento. A questão é a inversão de discurso com a atual administração da Prefeitura de São Paulo.
Francisco Buonafina, chefe de gabinete da SEPP-SP, declarou ontem ao TI&Governo que esta ajuda é muito importante, porque a prefeitura poderá incluir muito mais pessoas contando com o sistema Windows, pois tem muitos mais cursos preparados neste sistema e poderá alcançar mais pessoas. Nesta pequena declaração o secretário está pondo em causa o princípio básico de escolha. Se a adesão ao Windows vai-se fazer em detrimento ao uso e promoção do softwares de código-aberto, podemos dizer que a mega-corporação, mais uma vez, está chegando e “colonizando” o espaço democrático construído com tanto sacrifício durante anos de luta.

Depois continua o secretário: “Cada telecentro da prefeitura tem 20 PCs, informa Francisco Buonafina. Pelo preço de mercado do Windows Vista Home Premium, R$ 499,00, a doação vale uns R$ 3 milhões (sem contar descontos por volume e descontos especiais para órgãos do governo). No futuro, diz Francisco, a meta é fazer com que os telecentros se tornem auto-sustentáveis. Hoje, a prefeitura gasta R$ 15 mil para reformar o espaço e, depois, R$ 1.100,00 por mês para pagar água, luz, telefone e Internet. Senão o estado fica bancando os telecentros eternamente. O que é um horror.” (fonte: TI&Governo, no.226 ano 5). Ou seja, a prefeitura já começa a pensar que o projeto de inclusão digital é um peso e não uma obrigação pública. A prefeitura já começa a querer se livrar do compromisso, que para seu secretário é um “horror” investir nesse tipo de ação. Tenho medo do que virá em seguida, sinceramente!

Por este, e por outros motivos que percebo que a luta nunca chegará ao fim. Enquanto existir hegemonias, haverá sempre dominadores e dominados. É preciso lutar firmemente contra elas. Povo dos telecentros, ativistas do movimento software livre, simpatizantes e engajados, vamos começar a abrir nossos olhos e ficarmos atentos a mais este “processo de colonização” induzida que começa a ser operado junto de uma conquista suada e que tanto nos orgulha.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Projeto de Lei: Dispõe sobre o financiamento de desenvolvimento de softwares livres

Por pedido do amigo Sérgio Amadeu, grande ativista e promotor do software livre, reproduzo abaixo o texto que considero de grande importância e subscrevo.

Para incentivar o desenvolvimento de software livre no Brasil propomos que o Congresso Nacional aprove o Projeto de Lei abaixo. Quando estive no governo, percebi que o Fundo que concentra os recursos da Lei de Informática é majoritariamente aplicado em software proprietário. Conversando com várias pessoas da comunidade, achamos que deveríamos reivindicar que uma parte dos recursos do Fundo fosse destinado para os desenvolvimento de projetos de software livre. Hoje, vários projetos não têm incentivo algum. Vinte por cento de aproximadamente 70 milhões anuais do Fundo é um recurso indispensável para alavancar a criatividade e a inovação de milhares de desenvolvedores de código-aberto e não-proprietário.

Se você quer apoiar este projeto deixe um recado aqui. Vamos aumentar nossa lista de apoiadores. Nessa semana o João Cassino e o Bimbo estarão conversando com alguns deputados para apresentar este projeto. O deputado Paulo Teixeira de São Paulo que teve uma atuação decisiva para a derrota do padrão OOXML já se dispôs a apresentar o projeto e batalhar pela sua aprovação. Junte-se a nós.

Ah! Peço que reproduzam nos blogs e listas o projeto.

Sérgio Amadeu da Silveira

Projeto de Lei, dispõe sobre o financiamento de desenvolvimento de softwares livres.

Art. 1º Vinte por cento (20%) dos recursos anualmente gastos pelo CTInfo - Fundo Setorial para Tecnologia da Informação (instrumento de criação: Lei nº10.176, de 11.01.2001), deverão ser destinados para o desenvolvimento de softwares livres.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - Software: programa de computador. Sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou acontecimento. II - Software livre: qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição. A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de software livre, e tornar o código fonte do programa disponível.

Art. 3º Poderão solicitar o financiamento, a qualquer tempo, combinando recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis, empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa, cooperativas e outras instituições públicas ou privadas, inclusivecomunidades de desenvolvedores, através de editais lançados pelo CTInfo.

Art. 4º Os projetos de software livre deverão ser aprovados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio de um conselho composto por integrantes da comunidade de software livre, instituído por uma portaria do MCT.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6° Revogam-se as disposições em contrário.

ASSINAM:
Antonio Terceiro; Carlos Cecconi; Deivi Lopes Kuhn; João Cassino; Jomar Silva; Júlio Neves; Livia Sobota; Marcelo Marques; Mário Teza; Pedro A. D. Rezende; Ricardo Bimbo; Rodolfo Avelino; Rubens Queiroz de Almeida; Sergio Amadeu da Silveira; Sérgio Rosa; Vicente Aguiar; Wagner Meira Jr.

Para assinar como apoiador, peço a gentileza de deixar um comentário com o seu nome completo que depois reunirei todos e encaminharei para a coordenação da campanha.

Você tem um Exu “tranca Tese”???

Fazer um mestrado ou um doutoramento nunca é uma tarefa fácil. Só é fácil quando ele não é bem feito. O processo de adaptação à vida acadêmica é sempre tortuoso, começa no curso universitário, sendo inúmeras vezes intensificadas a partir do mestrado, com seus prazos cada vez mais reduzidos, falta de financiamento, com as duplas jornadas de trabalho e estudo tendo que ser levadas conjuntamente, etc. No doutoramento, em geral, tudo isso ainda é em duplicado. E tem a tal da Tese que precisa ser escrita, que exige tempo, criatividade, concentração, dedicação, inovação, relevância, pertinência, coerência e uma série de outros adjetivos que seria impossível listar todos, pois crescem a cada dia.

Os estudantes/pesquisadores brasileiros estão tão habituados a terem desses problemas durante o seu período de formação que resolveram arranjar explicações extra-científicas para justificar os seus infortúnios. Foram buscar na mitologia afro-brasileira uma possível causa e parecem ter encontrado. Trata-se da existência de um Exu.

Na comunidade virtual do Orkut foi criada uma comunidade intitulada “Exu Tranca Tese”, com a seguinte descrição:

“Você está na reta final da sua tese, dissertação ou monografia??? Você sente que existe uma força misteriosa que tira seu ânimo? Faz seu orientador adoecer ou sumir do mapa inexplicavelmente? Seu computador quebra ou é roubado com todos os seus dados e análises? Lamento ser o portador dessa má notícia, mas...VOCÊ TEM UM EXU TRANCA TESE NA SUA VIDA!!! Junte-se a nós para exorcizar essa entidade que tantos problemas nos traz!!!”.

Incrivelmente, apesar de contar basicamente com a maioria dos membros sendo “cientistas”, que por natureza procuram ser extremamente racionais, ela já conta hoje com 1084 membros. Eu sou um dentre eles, off course.

E quantos dentre estes 1084 que já foram assolados pela entidade perversa não teve o desprazer de se deparar com a famosa “tela azul” com a inscrição: “Has occurred a fatal error ....” ao utilizar o sistema operativo Windows da Microsoft? Tenho certeza que a grande maioria!!! E quando isso acontece nas vésperas de ter de entregar um projeto importante, um artigo com um dead-line apertadíssimo, no dia de imprimir a tese para entregar para a banca, ou situações semelhantes é que as pessoas começam a especular a possibilidade de encontrar uma alternativa e acreditar no tal do Exu. Pois é, isso também me aconteceu. Não uma, mas várias vezes. A mais recente foi ontem... depois de ter passado por uma experiência terrível no meio do ano, na véspera da qualificação do meu projeto de tese. Foi uma daquelas coisas que as vezes parecem não ter explicações racionais e que nos fazem acreditar naqueles planos mitológicos que povoam o imaginário social. Por isso nem pensei duas vezes, juntei-me ao grupo para exorcizar o encosto imediatamente.

Depois de refletir pra cá e pra lá, percebi que em todas as vezes que me acontecem coisas que atrapalham a vida, tais coisas estão sempre relacionadas com as diabruras da Microsoft, ou ao menos são frutos das impossibilidades que ela provoca no andamento dos meus trabalhos. Por isso, queria dizer aos meus caros confrades da comunidade que identifiquei o nome e o sobrenome do meu Exu, chama-se: Microsoft Windows.

domingo, 14 de outubro de 2007

Pra não dizer que não falei das flores! Programas em ODF e Distros GNU/Linux


No dia 12 deste mês postei um texto intitulado “Sopa de letrinhas e "Open Document Format Alliance", a falar sobre os benefícios da ODF em relação aos formatos proprietários. Ontem o amigo Nuno mandou-me um link, que por sinal já conhecia, mas que resolvi partilhar neste blog, como exemplo de tecnologias livres baseadas em formato ODF, que podem ser baixadas e instaladas em qualquer computador, serem testadas e produzirem documentos em formato livre.

Trata-se do conjunto de aplicativos Lotus Symphony, da IBM. São três programinhas disponíveis que podem ser baixados livremente e individualmente conforme o seu interesse e necessidade. São, por ora, os mais utilizados nos pacotes Office em geral, tanto das marcas proprietárias, como das open sources, ou seja, um editor de texto (IBM Lotus Symphony Documents), uma planilha de cálculos (IBM Lotus Symphony Spreadsheets) e um editor de apresentação multimídia (IBM Lotus Symphony Presentations).
Aos poucos irei partilhando opções livres neste blog. São muitos, graças a enorme rede de hackers mundial.

O diálogo com o Nuno iniciou um questionamento sobre qual é o melhor pacote de distribuição Linux em português para usuários domésticos. Em resposta, sugeri o Caixa Mágica, uma distribuição genuinamente portuguesa de ótima qualidade, com fácil suporte técnico e produzida por uma equipe extremamente comprometida e responsável. Existem outras em português, como o famoso Ubuntu, uma das distro mais utilizadas em todo o mundo por usuários não técnicos, com interfaces muito amigáveis e similares aos padrões gráficos do "Ruwindos", ganhando, entretanto e obviamente, na eficiência e na portabilidade e no tamanho (muitíssimamente mais leve que o Windows). Este último possui uma equipe de hackers portugueses a trabalhar intensamente para produzir constantemente as traduções para o português lusitano, e você também poderá optar pelo português do Brasil, ou manter os dois dicionários nos aplicativos de escritório (OpenOffice e BrOffice). Por falar em dicas, estão aí mais duas ótimas soluções de pacotes de aplicativos livres e gratuítos, inclusive podendo rodar no sistema operacional Windows sem nenhum problema.

O processo de escolha envolve alguns passos importantes, mas que podem ser reversíveis e sem traumas. Garanta sempre, antes de iniciar qualquer teste de um novo programa (principalmente sistema operacional), de fazer um back-up de todo o seu conteúdo. Estas duas opções de distro que citei tem a incrível vantagem de poderem ser baixados pela internet em poucos minutos, gravados em um CD-Rom (ou DVD-Rom), e antes mesmo de instalar o software no seu computador definitivamente, podem ser testados a partir de boot pelo drive CD/DVD de seu computador. Depois pode ser utilizado desta forma pelo tempo que quiser, com quase todas as funcionalidades do sistema operacional e dos aplicativos que ele comporta. Uma vez que estiver convencido das suas potencialidades e desejar realmente instalá-lo no seu computador, o processo de instalação no disco rígido é muito simples e auto-instrutivo. O próprio sistema de instalação realiza uma partição do disco, mantendo o sistema operacional original, cria uma segunda (ou terceira) partição com o sistema GNU/Linux e pronto! Depois é só optar por qual sistema operacional vai quer utilizar a cada inicialização.

You're not locked into proprietary file formats, software licensing agreements and upgrades. Finally, free tools and freedom of choice!

Então, experimente!

P.S.: Thanks for Nuno.