sexta-feira, 16 de novembro de 2007

90 mil computadores com Software Livre para escolas públicas brasileiras


Bons ecos começam a ressoar após a 4ª Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware 2007), que se encerrou neste último dia 14, em Foz do Iguaçu –PR. Foi divulgado durante o evento, pelo gerente de Inovações Tecnológicas do Ministério do Planejamento, Sr. Corinto Meffe, que o governo federal começou a distribuir 90 mil computadores com software livre a escolas públicas de todo o país. Segundo as informações avançadas pela Agência Brasil, da Radiobrás, os computadores foram comprados com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e somarão aos 50 mil já distribuídos, acelerando o processo de informatização na educação no país.

Segundo Meffe, o governo vê o uso de software livre como uma “questão quase obrigatória”, pelas vantagens que traz para o setor público, pela transparência e até mesmo como política de continuidade de programas governamentais. “Funciona como proteção para o cidadão, mas o bom é hoje chegar nas empresas, academias, terceiro setor, na casa do cidadão comum, e perceber que todo o país está despertando para a importância desse sistema” (Agência Brasil).

Meffe ainda destacou outras ações do governo federal brasileiro no sentido de promover o uso de software livre, dando exemplo de um projeto da Caixa Econômica Federal (CEF) que pretende para migrar todas as máquinas das casas lotéricas para programas de código aberto e outro dos terminais de auto-atendimento do Banco do Brasil que deverão seguir o mesmo caminho. Adiantou ainda que o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) já economiza R$ 19 milhões com a adoção do software livre e a Previdência Social, R$ 27 milhões. A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) possui uma estrutura de aproximadamente 500 servidores (computadores que cuidam da logística da empresa) que usam software livre.

O Brasil de fato está na frente no que se trata de apostar em tecnologias livres e mostrando ao mundo todo a sua viabilidade. Pena que sempre que se apresentem dados, toda a linha de argumentação centra-se apenas nas vantagens econômicas, obscurecendo todas as demais vantagens que todos nós sabemos que o software livre proporciona. Gostaria muito de que os gestores nacionais se preocupassem também em divulgar à sociedade brasileira as vantagens do ponto de vista da justiça cognitiva e da inclusão social que o código-aberto proporciona em comparação com o código-fechado. Espero que o meu trabalho possa contribuir neste sentido, e é por isso que luto. Enquanto isso, já é grande coisa poder rejubilar-se com essas boas notícias.

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