sexta-feira, 16 de maio de 2008

Briga de Titã com Anão: A Microsoft perdendo espaço para o Gnu/Linux



Alguns anos atrás ninguém diria que a titã Microsoft iria se preocupar com o anão Linux. Hoje, a realidade é bastante diferente. Em pouquíssimos anos o movimento pelo software livre, a Free Software Foundation e o Projecto Gnu/Linux inovaram tanto que começam cada vez mais a ser uma ameaça forte de concorrência. No mês passado, a Microsoft anunciou que não vai mais descontinuar a produção e comercialização do Windows XP Home a partir de Julho, como havia intencionado na época do lançamento do Windows Vista. O motivo: não quer perder a concorrência para o seu principal rival, o Gnu/Linux num determinado sector específico, o dos cada vez mais populares portáteis (Laptops/Notebooks) de baixo custo.

O avanço tecnológico tem propiciado uma corrida frenética no sentido de inovar compulsivamente, aumentando as potencialidades das máquinas disponíveis no mercado, e, consequentemente, dos softwares e aplicativos. O mercado de software é o que mais se desenvolveu, principalmente pela sua característica de desenvolvimento muito mais simplicada do que a de tecnologia de hardwares. Por este motivo, até bem pouco tempo era natural desenvolver um sistema operativo ou aplicativo pensando no hardware que estava por vir. Mesmo que o software não rodasse bem nas máquinas existentes, certamente funcionaria nas novas que seriam produzidas num futuro muito próximo.


Com a necessidade cada vez mais alargada do uso de comunicações mediadas por computadores (e-mail, sites da Internet, etc.), um computador passou a ser um item fundamental para a grande maioria das pessoas modernas, desde um estudante das séries iniciais, até um alto executivo, por outro lado, cada vez mais os usuários básicos, profissionais liberais, estudantes, políticos, etc., estão a se dar conta que para suas necessidades não é preciso o investimento em uma máquina com tanta infra-estrutura de periféricos ou capacidade de memória, e por consequência, de custo elevado. Isso pode ser verificado com o grande sucesso do EeePC, da Asus, um computador ultra portátil que possui apenas as funcionalidades mais comuns de escritório e de comunicação. Ou, também as iniciativas de vários governos, incluindo o brasileiro, de entregar a cada aluno matriculado no ensino fundamental um computador. Logicamente, quanto menor for o custo desse aparelho, mais tende a tornar-se uma realidade presente para todos.


O EeePC e os protótipos de laptops que estão sendo estudados pelo governo brasileiro começaram a ser pensados para rodar Gnu/Linux, pois seria impossível pensar naqueles parâmetros uma tecnologia capaz de rodar o Windows Vista. O Eee PC começou rodando Linux, mas agora tem também o Windows XP como opção.

Para manter sua presença nesses computadores de baixa memória, a Microsoft tinha basicamente três opções. Poderia lançar alguma variante do Windows Mobile para eles. A empresa já tentou isso no passado com o Windows CE, mas não deu muito certo. Os usuários queriam os aplicativos que rodam no Windows XP (que não rodam no CE). Outra opção era enxugar o Vista para ele rodar nesses dispositivos. Já há gente trabalhando nisso na Microsoft, mas esse é um projecto demorado e de resultados incertos. A terceira opção era prolongar a vida do Windows XP. Considerando a boa aceitação do XP no mercado, essa alternativa faz sentido.


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Isso não indica que a Microsoft vai vencer a concorrência e vai suplantar o Gnu/Linux, mas anuncia que o cerco está ficando cada vez mais fechado, e que a pequena sombra que não amedrontava o gigante já começa a determinar alterações nos planeamentos da mega-empresa e pode mesmo pré-anunciar a sua perda de hegemonia absoluta dentre poucos anos.

terça-feira, 13 de maio de 2008

13 de maio: 120 anos de uma abolição inconclusa no Brasil

Dia 13 de Maio de 2008 comemora-se 120 anos de uma abolição da escravatura incompleta no Brasil. Uma data que iniciou um novo processo de lutas por afirmação e sobrevivência de centenas de milhares de pessoas desterradas de seus países, culturas, tradições, famílias, crenças e “riquezas”. Transformados em objectos, esses homens, mulheres, velhos e crianças, foram utilizados como força motriz de uma economia colonial exploratória durante anos, levados ao limite das suas forças, até perecerem de doença ou de esgotamento físico até a morte. Os que sobreviveram a este holocausto, foram largados numa situação ainda pior, como estrangeiros em terra hostil, sem direitos nenhum, sem posses, sem casa, sem comida, sem rumo. Foram despejados nas periferias do interior, do mais profundo interior do Brasil. Sorte, na época, ainda existir um Brasil cheio de riquezas naturais, donde se podia colher de alguma forma algum tipo de sustento, e sorte este povo ser herdeiro de uma boa relação com a natureza e saber dela tirar um bom proveito, material, espiritual e afectivo, pois do contrário morreriam de míngua, de frio e doenças. Não foi-lhes facultado um teto para abrigar as cabeças, nem a preocupação do que comer no primeiro dia da “liberdade”, não eram cidadãos e por isso não podiam utilizar os hospitais das cidades. E que cidades? Estavam perdidos (literalmente, pois não sabiam onde estavam) nos sertões deste Brasil, onde nem a estrada de terra pública onde foram despejados tinham direito de pisar sem pedir permissão aos dois fazendeiros que faziam extremas de seus latifúndios imensos.
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Somos um povo mestiço, todo ele permeado de alguma parte de negritude, seja pelo cruzamento directo das raças e pelo sangue negro a correr nas veias, seja pelo sangue branco, purinho e incólume, que só corre ainda tão “puro” graças ao sangue negro derramado para retirar da terra o sustento que lhe proporcionou a permanência da vida. Mas que fazemos nós? Continuamos a negar-lhes a existência, a presença, a importância… e o holocausto. Escondemo-nos atrás de um falso mito de uma controversa “democracia racial” que, de facto, nunca tivemos.
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Neste presente momento, as iniciativas de inclusão racial e social no Brasil no campo do ensino superior contam com uma história rica e complexa, embora inconclusa, que certamente pode juntar-se ao repertório de outras notáveis conquistas ao redor do mundo. Segundo levantamentos recentes, só nos poucos anos de implantação de cotas para ingressos de alunos afrodescendentes, as universidades brasileiras que aderiram a alguma forma de cotas, assinalaram um crescimento de negros matriculados no ensino superior maior do que o que foi obtido durante todo o decurso do século XIX e XX, juntos. É um tempo em que o movimento Negro no país contabiliza algumas vitórias importantes, sublimadas, de alguma forma como acções afirmativas na expressão de cotas. Entretanto, mesmo diante de todo esse repertório de lutas e de dados, um contra-movimento, rançoso, colonialista, perverso e egoísta, se levanta tentando novamente fazer soar os grilhões tentando pressionar o Supremo Tribunal Federal no sentido de abolir os sistemas de cotas e invalidar uma conquista popular tão penosamente urdida no processo de uma democratização efectiva no Brasil.
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Neste sentido, junto-me particularmente e decididamente ao Movimento Negro num manifesto em defesa das cotas, e convido a todos os colegas de boa vontade e de boa consciência a fazê-lo, igualmente. Segue abaixo o link para o texto do manifesto e a forma como aderi-lo on-line.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

The it crowd! Aren't you?


Quem já não foi ao cinema, ou pegou um DVD no videoclube e não teve de assistir o vídeozinho de introdução, contra a pirataria?

Estes vídeos acabam por nos fazer acreditar que ao fazer uma cópia ou baixar uma música ou um filme na Internet somos os maiores criminosos. Sequer entram no mérito da questão do roubo milionário que efectuam os produtores hollywoodianos e a indústria fonográfica.

Gostei da sátira muito bem urdida que está a circular na Internet, uma contra-campanha bem humorada e crítica.

Assista "The IT Crowd" e dê boas risadas.

Vulnerabilidade na Internet: cuidado com os "cross-site scripting"


A disputa pelo poder sempre foi o elemento que mais incentivou a criatividade e o desenvolvimento. Infelizmente, grande parte das inovações é utilizada para a burla, para a concorrência desleal, para a fraude, para o roubo. O uso de tecnologias de comunicações mediadas por computador é um campo fértil para tais práticas, uma vez que oferece suporte tecnológico e possibilidades de manipulação em série. Os “crackers” (não os hackers!) dispõem da mão-de-obra que passa a ser utilizada na corrida concorrencial, de exploração e de dominação.


O pesquisador de segurança Harry Sintonen mostrou uma sequência de ataques utilizando cross-site scripting. Depois de ataques que ocorreram no site do candidato à presidência dos EUA, Obama, agora foi a vez de Hillary Clinton provar de uma vulnerabilidade que levou sua URL a abrir o site do seu adversário.


Injetaram no site de Clinton (votehillary.org.) o conteúdo de Barack Obama como mostra a imagem acima. Embora as falhas tenham sido exploradas de modo a inverter e a cruzar conteúdos e endereços, Sintonen alerta que os cross-site scripting podem ser utilizados de modo mais perigoso. Pode inclusive afectar o sistema de contribuições financeiras pela Internet.