terça-feira, 13 de novembro de 2007

No mundo nada se cria, tudo se transforma


A cada dia a nossa segurança na rede fica mais vulnerável e mais instrumentos tecnológicos são criados para tentar bloquear os mal intencionados e criminosos de acessarem aos dados que transitam na grande teia global de computadores diariamente. Uma das medidas utilizadas pelos grandes servidores, principalmente aqueles que dão acesso a cadastros gratuitos (ou não) de qualquer gênero (e-mail, blogs, bancos, etc.) é o chamado CAPTCHA (Completely Automatic Public Turing Test to Tell Computers and Humans Apart), que são seqüências de imagens, palavras ou números distorcidos usados para evitar que robôs registrem milhares de contas de usuários em web sites. Com certeza você já se deparou no final de um processo de registro com o pedido de digitar num campo o conteúdo de uma imagem que lhe está associado. Esta é uma medida de segurança, não totalmente segura, mas que garante (???) que seja necessário uma pessoa-humana a realizar o processo, uma vez que tais robôs de registro não conseguem traduzir a informação da imagem.
Entretanto os spammers (espécie de crackers – leiam bem, não são hackers), não se cansam de trabalhar para desenvolver técnicas para quebrar esse tipo de proteção. Ultimamente, foi divulgado pela revista IDNow a mais interessante técnica dos spammers. Cansados de investir milhões em tecnologias caras e complexas de tradução de imagens para textos, os ousados crackers começaram a utilizar um dos mais antigos sistemas de interpretação de imagem da história humana. E de fato, utilizam-se de seres-humanos para tal finalidade e de seus instintos e desejos para atingirem as suas finalidades de quebrar a segurança dos sistemas. Um dos maiores servidores de e-mail grátis da Internet, o Yahoo, está tendo o seu sistema de registro ameaçado por uma tal de Melissa, uma stripper que motiva usuários humanos a decodificar a imagem e traduzi-la para texto, enquanto que os dados estão sendo roubados por robôs e enviados para um servidor em Israel. Cada vez que um usuário descodifica um captcha a Melissa tira uma peça de roupa. No final, quando ela estiver toda nua, isso corresponde a dizer que o usuário descodificou alguns captchas, estes dados então são enviados automaticamente para um servidor em Israel, onde os criadores do criativo sistema de descodificação virtual montam uma coleção de traduções de captchas, que podem ser utilizados, futuramente para, por exemplo, fazer um registro em massa de contas falsas no Yahoo. Essas contas poderão servir para difundir as pragas de spams, vírus e também para realizar operações de crimes cibernéticos que envolvam uma conta de e-mail válido.
Como se pode ver... a tecnologia nem sempre produz novidades, mas inovações. Já diz o velho ditado: “no mundo nada se cria, tudo se transforma”, esta é uma transformação ciborgue, onde o homem aliado à máquina recria antigas formas de interagir com o mundo.

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