segunda-feira, 30 de junho de 2008

A harmonia desarmoniosa!

Fundada no mito da paz original, algumas teorias apocalípticas pregam o fim dos tempos a partir do crescente uso de Novas Tecnologias de Informação e de Comunicação - NTICs e a "desumanização" do mundo. Essa cosmologia só pode ser fruto de um viés onde as pessoas teimam em separar o humano, do não-humano, como se isso fosse possível. É, também, fruto de uma idéia ocidental-moderna, de que o ser-humano (leia-se, ainda, homem e branco) é superior a todos os demais seres animados (vivos, ou não). Uma prepotência de achar que somos capazes de controlar tudo, estarmos acima de tudo.
Que as NTICs são confusas, não resta dúvidas, mas... quem quer voltar a viver sem elas????
Que harmonia é esta que as NTICs desarmonizam???
O vídeo abaixo mete-nos a pensar.

Proibição do uso da Internet nas eleições 2008 no Brasil

Algo de gravíssimo acaba de acontecer e afetará brutalmente a condução das eleições municipais brasileiras, no fim do ano. Está na resolução 22.718 do Tribunal Superior Eleitoral, no artigo 18, que trata das restrições à campanha online: ‘A propaganda eleitoral na Internet somente será permitida na página do candidato destinada exclusivamente à campanha eleitoral.’

Felizmente, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados vai realizar em 1º de julho (2008) uma audiência pública sobre a resolução do TSE que proibe o uso da Internet nas eleições.

Foram convidados para a audiência pública o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Ari Pargendler; o diretor-presidente do IG, Caio Túlio Costa; o professor do Instituto de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília), David Fleischer; o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Carlos Manhanelli; e o advogado Fernando Neves, ex-ministro do TSE.

É inconcebível a atual resolução que veta o maior meio de comunicação de participar do processo democrático eleitoral. As justificativas são todas infundadas, típicas de uma pessoa que desconhece o uso da tecnologia, que nasceu e permaneceu no ínício do século passado. Infelizmente, a nossa Justiça além de conservadora, é retrógrada!

domingo, 29 de junho de 2008

Feira Medieval de Montemor-o-Velho, em Portugal

Hoje, ofereço aos meus leitores um presente, dois vídeos da Feira Medieval no Castelo de Montemor-o-Velho, em Portugal, numa tarde inesquecível com minha grande amiga Célia. Uma experiência muito especial para não esquecer jamais.



sexta-feira, 27 de junho de 2008

Afronta à liberdade de expressão e acesso ao Ciberespaço


(Escrito por Sérgio Amadeu da Silveira)
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Na última semana, em uma sessão corrida e esvaziada, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o projeto de lei (PLC) 89/03 que define quais serão as condutas criminosas na Internet.
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Os exageros que constam do projeto podem colocar em risco a liberdade de expressão, impedir as redes abertas wireless, além de aumentar os custos da manutenção de redes informacionais. O mais grave é que o projeto apenas amplia as possibilidades de vigilância dos cidadãos comuns pelo Estado, pelos grupos que vendem informações e pelos criminosos, uma vez que dificulta a navegação anônima na rede. Crackers navegam sob a proteção de mecanismos sofisticados que dificultam a sua identificação.
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Veja o aburdo. Com base no artigo 22 do PLC 89/03, os provedores de acesso deverão arquivar os dados de "endereçamento eletrônico" de seus usuários. Terão que guardar os endereços de todos os tipos de fluxos, inclusive a voz sobre IP, as imagens e os registros de chats e mensagerias instantâneas, tais como google talk e msn.
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O pior. A lei implanta o regime da desconfiança permanente. Exige que todo o provedor seja responsável pelo fluxo de seus usuários. Implanta o "provedor dedo-duro". No inciso III do mesmo artigo 22, o PLC 89/03 exige que os provedores informem, de maneira sigilosa, à polícia os "indícios da prática de crime sujeito a acionamento penal público". Ou seja, se o provedor identificar um jovem "baixando" um arquivo em uma rede P2P, imediatamente terá que abrir os pacotes do jovem, pois o arquivo pode ser um MP3 sem licença de copyright. Mas, e se ao observar o pacote de dados reconhecer que o MP3 se tratava de uma música liberada em creative commons? O PLC implanta uma absurda e inconstitucional violação do direito à privacidade. Impõe uma situação de vigilantismo inaceitável.
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Como ficam as cidades que abriram os sinais wireless? A insegurança jurídica que o PLC impõe gerará um absurdo recuo nesta importante iniciativa de inclusão digital.
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Como fica um download de um BitTorrent? Deverá ser denunciado pelos provedores? Ou para evitar problemas será simplesmente proibido por quem garante o acesso?
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Como fica o uso da TV Miro (www.getmiro.com/)? Os provedores deverão se intrometer no fluxo de imagens e pacotes baixados pelo aplicativo da TV Miro?
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E um podcast? Como o provedor saberá se não contém músicas que violam o copyright? Se o arquivo trazer músicas sem licença, o provedor poderá ser denunciado por omissão? Pelo não cumprimento da lei?
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O PLC incentiva o temor, o vigilantismo e a quebra da privacidade. Prejudica a liberdade de fluxos e a criatividade.
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Impõe o medo de expandir as redes.
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O artigo 22 do projeto deve ser integralmente REJEITADO.
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(iii) Art. 22Art. 22. O responsável pelo provimento de acesso a rede decomputadores é obrigado a:I - manter em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de três anos, com o objetivo de provimento de investigação pública formalizada, os dados de endereçamento eletrônico daorigem, hora, data e a referência GMT da conexão efetuada por meio de rede de computadores e por esta gerados, e fornecê-los exclusivamente à autoridade investigatória mediante préviarequisição judicial;
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II - preservar imediatamente, após requisição judicial, no curso de investigação, os dados de que cuida o inciso I deste artigo e outras informações requisitadas por aquela investigação, respondendo civil e penalmente pela sua absolutaconfidencialidade e inviolabilidade;
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III - informar, de maneira sigilosa, à autoridade competente, denúncia da qual tenha tomado conhecimento e que contenha indícios da prática de crime sujeito a acionamento penal públicoincondicionado, cuja perpetração haja ocorrido no âmbito da rede de computadores sob sua responsabilidade.
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§ 1° Os dados de que cuida o inciso I deste artigo, as condições de segurança de sua guarda, a auditoria à qual serão submetidos e a autoridade competente responsável pela auditoria, serãodefinidos nos termos de regulamento.

§ 2° O responsável citado no caput deste artigo, independentemente do ressarcimento por perdas e danos ao lesado, estará sujeito ao pagamento de multa variável de R$2.000,00 (dois mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais) a cada requisição, aplicada em dobro em caso de reincidência, que será imposta pela autoridade judicial desatendida, considerando-se a natureza, a gravidade e o prejuízo resultante da infração, assegurada a oportunidade de ampla defesa e contraditório.

§ 3° Os recursos financeiros resultantes do recolhimento das multas estabelecidas neste artigo serão destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública, de que trata a Lei n° 10.201, de14 de fevereira de 2001.
VEJA O OUTRO exemplo de artigo aprovado no PLC:

(i) Art. 2o (ref. art. 285-A)Art. 285-A. Acessar rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização do legítimo titular, quando exigida:Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.Parágrafo único. Se o agente se vale de nome falso ou da utilização de identidade de terceiros para a prática do crime, a pena é aumentada de sexta parte.Este artigo criminaliza o uso de redes P2P e até mesmo a cópia de uma música em um i-pod. Ao escrever que o acesso a um "dispositivo de comunicação" e "sistema informatizado" sem autorização do "legítimo titular", ele envolve absolutamente todo tipo de aparato eletrônico. Se a empresa fonográfica escreve, nas licenças das músicas que comercializa, que não admite a cópia de uma trilha de seu CD para um aparelho móvel, mesmo que seu detentor tenha pago pela licença, estará cometendo um crime PASSÍVEL DE PENA DE RECLUSÃO DE 1 A 3 ANOS. O projeto de lei é tão absurdo que iguala os adolescentes que compartilham músicas aos crackers e suas quadrilhas que invadem as contas bancárias de cidadãos ou o banco de dados da previdência.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cooperação Sul/Sul: Brasil e Angola pelo Software Livre


A experiência do Software Público Brasileiro (http://www.softwarepublico.gov.br/) será apresentada no continente africano durante o 1º Fórum de Software Livre de Luanda http://www.fsl-luanda.com/, que ocorre entre os dias 26 e 27 de junho, em Angola.

Além da apresentação sobre a organização e o funcionamento dessa iniciativa, prevista para o primeiro dia do evento, também serão realizadas reuniões entre o governo brasileiro e o angolano para tratar de ações de compartilhamento e colaboração de soluções entre os dois países.

O Portal do Software Público é coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento. Na avaliação do coordenador do portal, Corinto Meffe, a experiência de compartilhamento inaugurada pelo governo brasileiro tem chamado atenção de outros países. “Não se trata somente de disponibilização de soluções, mas de uma preocupação com o todo o ecossistema que envolve a produção de softwares, ou seja, com a demanda por soluções, por prestadores de serviço e pela cadeia de desenvolvimento”, destacou Meffe.

A experiência do Portal do Software Público Brasileiro também será apresentada neste ano em eventos na Argentina, Peru e Venezuela. A iniciativa conta com mais de 22 mil usuários, 15 soluções disponibilizadas e mais de 110 prestadores de serviços já cadastrados.

Outra iniciativa brasileira que estará em destaque no Fórum em Luanda é do Mercado Público Virtual (http://www.mercadopublico.gov.br/).
<http://www.mercadopublico.gov.br/> O espaço é coordenado pelo Programa das Nações Unidas (PNUD), em parceria com a SLTI, e foi organizado para facilitar o acesso aos prestadores de serviço para as soluções públicas e livres que se encontram no Portal do Software Público. A intenção é fortalecer o contato entre o usuário que demanda por determinada solução e a oferta de serviços.

Fonte: http://www.softwarepublico.gov.br/

sexta-feira, 13 de junho de 2008


Simplesmente, Flores!

Há tanto significado no acto de receber flores... e, por fim, elas dizem tudo, dispensam qualquer palavra.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Para os incrédulos verem: exemplo de alfabetização com Software Livre

Este "post" eu roubei do Blogue do amigo Sérgio Amadeu. Roubar não é o verbo correcto neste caso, na verdade, eu "partilhei" do seu Blogue.

De facto, no movimento software livre a cultura é essa, a da partilha... segundo um dos princípios da cultura hacker, não se deve refazer o serviço bom que já está pronto, apenas aprimorá-lo, quando necessário. Por isso, permitam-me transcrever este artigo do Sérgio, que tenho prazer em redistribuí-lo como exemplo de atitudes positivas, frutos do uso de tecnologias livres.

Ultimamente o meu empenho tem sido neste sentido, de mostrar aos incrédulos que existe uma mais-valia no uso desse tipo de tecnologias, principalmente para a melhoria da educação nas escolas e universidades.

Leaim, então, com atenção o texto abaixo, confiram o link do projecto da professora Bianca Santana, e certifiquem-se se isso não é o que podemos chamar de "inovação criativa".

ALFABETIZAÇÃO COM COMPUTADORES E COM SOFTWARE LIVRE
Localização original: [http://samadeu.blogspot.com/2008/06/adultos-aprendem-escrever-no-computador.html]

A professora Bianca Santana, jornalista pela Cásper Líbero, ativista de redes sociais, acumulou muita experiência no uso das redes digitais em processos de aprendizagem. Como voluntária do projeto de alfabetização de adultos chamado Ilha de Vera Cruz convenceu a instituição a adquirir 9 laptops EEE PC para alavancar o aprendizado dos seus alunos.

Ela percebeu que muitos adultos tinham medo do papel, demonstravam uma certa vergonha de errar e de apagar várias vezes o seu texto. Com o computador, os estudantes passaram a escrever mais e melhor. Também aprenderam a pesquisar na Internet e a postar seus conteúdos na rede.

O sucesso da experiência foi tão grande que os seus alunos até já criaram um post na wikipedia. Discutiram, pesquisaram e colaboraram com a maior enciclopédia do mundo. Estão mais confiantes e orgulhosos, pois podem ver seu trabalho ajudando outras pessoas.

Veja o blog do projeto AQUI. [http://portuguesilha.wordpress.com/2008/06/06/verbete-dos-alunos-na-wikipedia/]

Veja aqui o post na wikipedia. [http://pt.wikipedia.org/wiki/Tenond%C3%A9_Por%C3%A3]

CONHECIMENTO LIVRE: O EEE PC veio com Gnu/Linux, Firefox e OpenOffice instalados, ou seja, com software livre. Logo em seguida, os técnicos de TI da escola quiseram instalar windows nas máquinas. A prof Bianca mostrou a incoerência de usar software de código-fonte fechado em uma escola. Esclareceu que eles deveriam incentivar o uso de software aberto, uma vez que é baseado no compartilhamento do conhecimento tecnológico. Além disso, os jovens técnicos testaram as máquinas e perceberam que o software livre "dava conta" de todas as exigências do processo de ensino e aprendizado. Então, por que utilizar software proprietário? No início da conversa, um dos técnicos ainda falou: "posso ligar para um programa escola aberta da micro$oft e pedir licenças gratuitas". A professora Bianca mostrou que não existe escola aberta com conhecimento fechado. Parabéns ao Ilha de Vera Cruz. Parabéns para a professora Bianca.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Redes Sociais no ciberespaço: novos tempos, novas exigências

Quem diria… a alguns anos atrás, grande parte das pessoas que tinham acesso ao mundo do ciberespaço, recusavam pertencer a alguma comunidade de “rede social”, tais como o Orkut, o Hi5, LinkedIn, MySpace, etc., por dizerem se tratar de um universo de adolescentes, propício apenas para a invasão de privacidades, fraudes e crimes (pedofilia, pornografia e pirataria).
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Hoje a realidade é outra. A edição de Junho da revista INFO, que já está nas bancas no Brasil, traz uma questão polémica: o uso das redes sociais ajuda ou atrapalha sua carreira profissional? Existem truques e dicas para usar essas redes a seu favor e crescer profissionalmente no mercado de tecnologia (além de fugir de eventuais gafes)?

Com as transformações sociais, ocorridas pela inserção de novas tecnologias de informação e de comunicação mediadas por computador, o “mercado” forçou-se a adaptar-se aos novos tempos. De facto, o “mercado” é sempre o primeiro ramo da sociedade que se adapta às transformações, uma lição que as demais áreas deveriam começar a aprender urgentemente. Não que eu faça apologia ao mercado, porém muitas vezes a guerra é vencida justamente ao se estudar as estratégias do adversário, não é verdade?

As “redes sociais” hoje fazem parte do quotidiano das pessoas, só no Brasil a popularidade do Orkut é tão grande que tornou-se quase um novo documento de identidade. É como se fosse o Currículo individual do cidadão no ciberespaço. Antes, um seleccionador de empregos tinha a necessidade de buscar informações sobre o seu candidato através de cartas de recomendações, de longas entrevistas com o mesmo, a fim de sacar deste os seus interesses, o seu universo criativo, a sua rede de relações… hoje, gradativamente, essa realidade vem sendo alterada com o uso dos computadores.

No começo deste ano eu assisti a uma reportagem numa emissora brasileira com uma psicóloga que trabalha justamente neste campo da selecção de pessoal de uma grande empresa. Segundo ela, o primeiro passo, após escolher entre os inúmeros currículos profissionais apresentados pelos candidatos é fazer uma varredura na Internet do sujeito. Com uma simples pesquisa pelo nome é possível descobrir muita coisa sobre o cidadão, através dos dados disponibilizados pelas entidades governamentais, etc. Sabe-se, por exemplo, se o candidato é um bom pagador, se não tem dívidas no mercado, se é estudioso e se faz concursos como vestibular e empregos, quais são suas ideias, se tem um blogue onde expõe seus interesses, sua visão de mundo. Que tipos de ambientes frequenta, em que festas e com que amigos costuma andar, quais comunidades de interesse na Internet participa, se são também profissionais ou somente lúdicas, etc.

Uma série de questões poderiam ser levantadas quanto à privacidade e a individualidade das pessoas nesta era das intrusões. No entanto, facto é que essa realidade existe e está acessível cada vez mais a um número maior de pessoas, não por uma imposição directa de uns sobre outros, mas pela própria adesão dos indivíduos voluntariamente. Portanto, antes de sair escrevendo qualquer tipo de besteira nos Blogues, e sites sociais e de relacionamento, tenha em atenção as consequências dessas atitudes para o restante de suas vidas, incluindo os campos profissionais, morais e cívicos, pois a responsabilidade criminal hoje também é acompanhada pela ciberinvestigação. Muitas redes de burlas e crimes, tais como tráficos, pedofilia e fraudes estão sendo desmanteladas com a ajuda da ciberinvestigação.
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Como defendo, a Internet não é uma rede de computadores, mas de pessoas. Ela é o espelho recriado e virtual da sociedade. Não é um mundo imaginário e fictício. Pensemos nisso!

domingo, 8 de junho de 2008

Portugal Olé, Portugal Olé, Portugal Olé!!!!

É comovente ver a união de um povo num único e apaixonante evento. Mais, impressionante ainda, é ver o poder que uma bola a rolar num relvado consegue ter. Consegue parar um país inteiro numa mesma vibração e atenção.

Portugal parou para ver a estréia de sua selecção neste sábado contra a Turquia, em Genebra, na Suíça, pela edição do Campeonato Europeu de Futebol 2008. Um maravilhoso espetáculo, diga-se de passagem. Uma vitória excepcional de 2x0, resultado obtido como recompensa, já no finalzinho do tempo, sofrido e desejado.

Quem dera essa mesma energia fosse dispensada para lutar por questões primordiais da nossa sociedade. Infelizmente, ainda não existe um motivador com tamanho poder.

Independente disso, faz muito bem juntar-se a uma claque (torcida) com tanta garra e força... vibrar na mesma sintonia... e regogizar-se com o resultado positivo. O povo merece! Se não tem o pão, que venha ao menos o circo. E que a festa seja grande.

[Praça da República, Coimbra, PT. Centenas de pessoas reunidas diante de um ecrã gigante a dar força à Selecção. Mistura de sotaques, mistura de jingados. Portugueses, brasileiros, moçambicanos, cabo-verdianos, angolanos, guineenses, e toda a lusofonia a torcer por Portugal. Que sensação gostosa! Que experiência comovedora!]


sábado, 7 de junho de 2008

Fundação Shuttleworth reforça apelo da África do Sul contra o OOXML na ISO

“A Fundação Shuttleworth, criada pelo sul-africano Mark Shuttleworth, fundador do Ubuntu, divulgou as razões pelas quais discorda do OOXML como um padrão ISO, e declarando sua convicção de que o South Africa Bureau of Standards - SABS, (a ABNT deles), tem um caso sólido em sua apelação.
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Ela diz que o SABS espera que outros órgãos juntem-se a ele na apelação contra o OOXML como padrão ISO. Se a apelação for bem-sucedida, aí o OOXML será rejeitado como padrão, e teria que ser novamente submetido (para um terceiro processo de votação), algo que a Fundação espera que não aconteça, por acreditar que ter 2 padrões para a mesma coisa (a ISO já tem um padrão para formatos de documentos deste tipo, o ODF) reduz a interoperabilidade.
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Segundo o comunicado, o processo de análise e aprovação do formato da Microsoft não cumpriu procedimentos vitais da ISO. Um representante da Fundação declarou que o fato de o OOXML, um padrão ainda insuficientemente maduro e que declaradamente não poderá ser implementado na prática nem mesmo pelo seu proponente antes de 2011, ter sido aprovado da maneira como foi coloca sérias dúvidas sobre a integridade da ISO.”

Fonte: Br-Linux

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Tudo que se torna digital, se torna free na Internet

Um dos livros mais comentados ultimamente na Internet, e que nem foi lançado ainda, mas já é uma espécie de febre entre o mundo cyber pelo tamanho do número de postagens nos blogues e jornais electrónico, é o “Free” (Livre), de Chris Anderson, o mesmo autor de “The Long Tail" (Cauda Longa). Tomei conhecimento desse autor ao ver o anúncio da palestra que ele concedeu em São Paulo, organizada pela Telefônica para seus clientes.

Andreson, americano típico, é director de redacção da revista Wired Magazine, uma importante publicação que vale la pena acompanhar. Não exactamente pela sua qualidade editorial, mas pelas novidades tecnológicas e pela preocupação na divulgação de inovações e tendências.

Em sua palestra, Anderson causou espanto na plateia ao defender a sua tese polémica de que “tudo que pode se tornar digital se tornará digital, por força de suas razões económicas. E tudo que se torna digital, se torna free na Internet”. Ele, como bom especialista em negócios desta nova era, já não tem tanta resistência de aceitar um paradigma que vem sendo anunciado a muitos anos pelos hackers e adeptos da cultura livre. Resistem os reaccionários acomodados, só duvido que seja por muito tempo.

Na sua avaliação, o mercado da música vai muito bem, obrigado! Segundo ele, os shows dos artistas estão a dar bons resultados e lucros crescentes, e o público não tem deixado de seguir seus astros. Os direitos pagos por emissão de músicas em programas televisivos e rádios, que sempre facturaram verdadeiras fortunas através do pagamento dos patrocinadores por publicidades continuam a dar bons resultados. E os artistas continuam a ficar famosos, e os que caem no gosto popular a enriquecer, comprar seus belos carros e mansões.

O que existe de novo é o espaço para os novos grupos, que estão a encontrar na Internet um lugar para divulgarem seus trabalhos e iniciarem suas carreiras. E lembra que uma indústria milionária tem vindo a ter prejuízos e tende a desaparecer, a indústria fonográfica e as vendas de CDs. Porém, segundo ele, isso é uma tendência natural. A indústria e o comércio de vinil desapareceu e foi substituída pela dos CDs. Agora é a vez do CD ser substituído pelo serviço de disponibilização digital.

Afirmou, ainda, que na China os músicos pararam de combater a pirataria na Internet e tornaram-se aliados a ela. Ao contrário, estão utilizando a pirataria como meio para divulgarem seus trabalhos e sua imagem. Os artistas chineses, no entanto, tiveram de se adaptar aos novos tempos, e já não ganham mais dinheiro com a venda dos CDs, e sim com o que ele denomina de “apresentações corporativas”. Não sei o que isso significa, mas penso que deve ser uma nova forma de transformar a arte (música) em mercadoria (dinheiro).

Stellarium: um planetário no seu PC!

Bom, quem me conhece minimamente sabe que eu sou um namorador de estrelas.
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Existem coisas que um ser-humano contemporâneo perdeu o hábito de fazer, mas como sou meio humano e meio não-humano, permito-me esses desvios. Outro dia, navegando pela Internet na minha aventura de escrever uma tese, descobri um software simplesmente fantástico. Chama-se Stellarium.
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Este software permite uma visão do céu em três dimensões (3D) de uma forma bastante realista. Sempre fiquei fascinado ao visitar os Planetários, mas encantei-me de poder ter um planetário dentro de casa. São essas coisas que me fazem lutar tanto pela democratização das tecnologias de informação e de comunicação. Fico a pensar que a uns anos atrás só tinha acesso a esse tipo de encantamento alguns poucos cidadãos que moravam nas proximidades das Universidades, ou em grandes cidades, pagando sempre um bilhete de ingresso, as vezes inacessível para todos.
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Hoje, com a Internet e com os recursos tecnológicos, um professor de Geografia a lecionar em Quixelô (CE), ou em Anta Gorda (RS), pode levar esse recurso para seus alunos em sala de aula. Todo o céu estrelado, os planetas, as galáxias… Isso é revolução por justiça cognitiva.
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Mas, tenho de ressaltar um detalhe importantíssimo, pois diriam os desconfiados e descrentes… e quem tem acesso a esse tipo de tecnologia? Será que não sai mais barato pagar o tal bilhete de ingresso para ver as estrelas? Para esses, tenho a dizer que o Stellarium é um Open Source, é gratuito e está disponível na Internet para ser utilizado por qualquer pessoa que tenha acesso à rede. Está licenciado em GPL, isto significa que qualquer pessoa tem o direito de fazer o download e usá-lo, e também fazer modificações.
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O Stellarium é fácil de usar, seu interface é amigável e é uma boa oportunidade para estudantes e professores se aprofundarem no estudo da astronomia. E, para os amantes das estrelas, de sonhar e fazer poemas com elas (lol).
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Ah! E está todo em português!!!!
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E os descrentes e pessimistas continuam... "Ah! e desde quando todas as escolas têm acesso à Internet no Brasil. Quem disse que em Quixeló ou Anta Gorda já chega banda larga?"
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E eu respondo: Você, cheio de dúvidas e certezas... está fazendo o que para que a banda larga chegue logo a todo canto do Brasil????? Ao invés de ficar aí a lamentar-se, porque não se junta nas fileiras do "movimento software livre" e engrossa a luta pela democratização das tecnologias???? Quer saber como??? Pergunte-me!!!! mas... cuidado; vou responder rápido demais e vais ter muito trabalho para fazer. Aceitas o desafio??? Senão... para de agorar, pois como já dizia o poeta Vandré: esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!!!!!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

As movimentações de resistência do SUL (político): Brasil, Índia e África do Sul


Esta notícia compraz-me em transcrevê-la na íntegra. Imediatamente depois da decisão da ABNT em optar pelo padrão ODF, as alianças começam a se formar e pressionar as entidades regulatórias internacionais, até então dominadas e controladas pelo Norte imperial. Vê-se que o movimento software livre começa a mostrar que o Sul (político) tem força e que quer ocupar seu espaço. Será que iniamos o nosso momento de viragem???

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Brasil e Índia movem recurso contra aprovação do Office Open XML como padrão

tiInside - Sexta-feira, 30 de Maio de 2008, 18h31


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A Índia e o Brasil apresentaram recurso contra a aprovação do Microsoft Office Open XML (OOXML) como padrão internacional de formato de documento. Desse modo, os dois países se juntam a África do Sul, que na sexta-feira passada (23/5) havia apresentado recurso à Organização Internacional de Normatização (ISO) e da Comissão Internacional Eletrotécnica (IEC), os dois organismos de padronização responsáveis pela comissão técnica que aprovou o OOXML como padrão.

"Até a data limite na noite de quinta-feira (29/5), havíamos recebido três recursos, provenientes do Brasil, Índia e África do Sul", confirmou Jonathan Buck, porta-voz da IEC, AM, em entrevista ao jornal americano The New York Times. "Os indianos não fizeram o procedimento correto, por não ter enviado o recurso para os CEOs das duas organizações, mas mesmo assim ele foi recebido", disse Buck, acrescentando que o documento será tratado da mesma forma como o brasileiro e sul-africano.

Os membros da ISO/IEC junto com o Comitê Integrado de Tecnologia (JTC-1, na sigla em inglês), que define padrões técnicos tanto para a ISO como para a IEC aprovaram o OOXML como padrão em votação realizada em 29 de março. O chamado fast track (via rápida), processo que levou à votação, foi criticado pelos participantes e observadores por ter sido, segundo eles, demasiado apressado. Se um projeto de norma, que passar por um processo inicial, for rejeitado na votação, porque exige uma análise mais aprofundada, uma reunião para votação de resolução é convocada para discutir as críticas feitas e melhorar o projeto.

Os delegados que analisaram o OOXML na reunião de fevereiro passado tiveram apenas cinco dias para analisar mais de mil alterações técnicas no texto do projeto. Desde essa reunião, na qual muitas das mudanças foram submetidas a votação sem debate, o processo foi abrandado, e a versão final do texto ainda não foi distribuída aos organismos nacionais de normatização, cuja data limite é um mês após a aprovação para publicação pelo JTC.

A reunião apressada e o atraso na publicação estão entre os argumentos constantes nos recursos da África do Sul e do Brasil, de acordo com as cópias das cartas postadas pelo advogado e blogueiro especializados em normas, Andy Updegrove.

A ISO adiantou que não irá informar sobre quantos recursos recebeu após a reunião da Câmara Técnica de Gestão da ISO, que será realizada em 6 de junho.

A despeito dos recursos, a Microsoft anunciou na semana passada que não pretende tornar a versão atual do pacote de aplicativos para escritório, o Office 2007, compatível com a versão da norma ISO/IEC para o OOXML. Em vez disso, ela disse que irá liberar uma atualização que permite que o software "leia" e "escreva" arquivos compatíveis como rival Open Document Format (ODF), que já foi adotado como padrão ISO/IEC.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

ODF & Brasil: exemplo de interoperabilidade e liberdade de escolha

Fico feliz em poder contribuir na divulgação de mais uma conquista brasileira suada, fruto de muitos embates políticos, jogos de interesse, resistência social e mobilização das bases. Após anos de discussão, desde o último dia 12/05/008, o padrão de documentos abertos "ODF" foi finalmente internalizado no Brasil, com sua norma publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, com a seguinte referência: NBR ISO/IEC 26300 - Tecnologia da informação - Formato aberto de documento para aplicações de escritório (OpenDocument) v1.0.

A norma na íntegra está diponibilizada no site da ABNT/NET, precisament no seguinte endereço: https://www.abntnet.com.br/fidetail.aspx?FonteID=40911.

Mas, afinal, o que isso tem de tão especial e no que nós, "pobres" mortais, somos beneficiados?

A começo de conversa, podemos ser beneficiados exigindo que órgãos da administração pública (direta e indireta) passem a utilizar documentos com padrão regulamentado pela ABNT, ou seja, o padrão aberto ODF. Com isso, estaremos garantindo a interoperabilidade e a comunicabilidade, independente do software de edição ou o do sistema operacional que as pessoas utilizarem. Isso corresponde a dizer que passamos a ter mais uma possibilidade de escolha, se queremos utilizar software livre, ou software proprietário, pago, ou gratuíto, sem ter o constrangimento de não conseguir se comunicar com o padrão comercial optado pelo governo.

Antes, ocorria que eramos constrangidos a utilizar, indiretamente, um determinado tipo de software comercial específico para podermos ter acesso a determinados tipos de documentos e conseguirmos trabalhar com eles. Agora, não! O ODF é um padrão aberto, que permite essa interoperabilidade e a comunicação. O software comercial que quiser ser lido pela totalidade de seus usuários terá que se adaptar a esta norma, e não o contrário, como acontecia no passado. Infelizmente, isso é uma realidade ainda localizada... e o Brasil é um dos pioneiros, juntamente com a Africa do Sul e com a Índia empreendem uma luta contra titãns. Brevemente, todo o restante do globo terá de optar por uma medida como esta.

E como posso fazer valer meus direitos de cidadão livre para a escolha?

Exigindo, por exemplo, que os documentos disponibilizados pelo governo brasileiro estejam no formato ODF, pois este é agora o padrão definido pela ABNT, a agência regulatória nacional para estas questões.

Por exemplo, nós que somos estudantes de qualquer grau, professores e investigadores, podemos começar a exigir que órgãos públicos como escolas, universidades e os órgãos de fomento e promoção de ciência e tecnologia no país (como a CAPES e o CNPq, p.e.), utilizem e trabalhem com documentos que utilizem o padrão ODF. Isso permitirá que sempre será possível ter acesso aos documentos, aos artigos nas bases de dados, aos relatórios de estudos, as cartas e circulares, as leis, etc... tudo que pode ser digitalizado e disponibilizados virtualmente. Quem de nós nunca teve de transformar um documento do formato do nosso editor de texto para o formato comercial PDF? Façamos agora para o formato ODF!!! E essa não é a única vantagem. Os documentos do Open Office, do Br.Office e de outros softwares abertos que não se comunicavam com os hegemónicos, por não serem lidos por estes, agora terão de ser lidos. Vai terminar essa coisa de não poder enviar um documento para o governo feito no OpenOffice por não poder ser lido pelo receptor público. O padrão aberto agora é a norma, não o comercial. Assim, ficará assegurada a interoperabilidade e a comunicabilidade, independente do software que as pessoas e as entidades utilizarem.

terça-feira, 3 de junho de 2008

O que é o Virtu@l (???)

Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias, que há tempos não sei o que são.
Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga, uma salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime é regime, né? Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
-Tio, dá um trocado?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, compro um para você.
Para variar, minha caixa de entrada estava lotada de e-mails. Fico distraído vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música me leva a Londres e a boas lembranças de tempos idos.
- Tio, pede para colocar margarina e queijo também?
Percebo que o menino tinha ficado ali. - OK, mas depois me deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá?
Chega a minha refeição e junto com ela o meu constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer. Digo que está tudo bem.
- Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição decente para ele.
Então o menino se sentou à minha frente e perguntou:
- Tio, o que está fazendo?
- Estou lendo uns e-mails.
- O que são e-mails?
- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet.
Sabia que ele não iria entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários disse:
- É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Tio, você tem Internet?
- Tenho sim, é essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet, tio?
- É um local no computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual, tio?
Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transforma- mos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Legal isso. Gostei!
- Mocinho, você entendeu o que é virtual?
- Sim, tio, eu também vivo neste mundo virtual.
- Você tem computador?
- Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual. Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou água para ele pensar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida muitos brinquedos de Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia.
- Isto não é virtual, tio?
Esperei que o menino terminasse de literalmente 'devorar' o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na vida, e com um 'Brigado tio, você é legal!'. Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não percebemos!

domingo, 1 de junho de 2008

Mania da Dúvida

[Eu, no túmulo de Fernando Pessoa, Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.
Foto: Nilton Oliveira, 31.05.2008]

Neste domingo voltei a visitar o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Sempre que volto a este sítio, faço reverência ao rabugento Fernando Pessoa em seu túmulo. Uma simples lápide de pedra lisa, sem ornamentos, que contrasta com o suntuoso monumento da história dos descobrimentos portuguêses. Transcrevo, abaixo, um trecho de um de seus poemas pouco conhecidos, em inglês (com tradução na sequência). É um poema de uma metafísica magnífica. Palavras simples, porém complexas... e que traduz-me em parte. Presenteio-os:


Mania of Doubt

(Fernando Pessoa - Ms., 19-6-1907)


All things unto me are queries

That from normalness depart,

And teir ceaseless asking weares

My heart.

Things are and seem, and nothing bears

The secret of the life it wears

(...)


............................................................


Mania da Dúvida
(Fernando Pessoa - Ms., 19-6-1907)


Todas as coisas são enigmas para mim

Que nascem súbito das próprias evidências,

E suas incessantes perguntas consomem

Meu coração

As coisas são e parecem, e nada nos revela

O segredo da vida que a aparência oculta.

(...)