segunda-feira, 9 de junho de 2008

Redes Sociais no ciberespaço: novos tempos, novas exigências

Quem diria… a alguns anos atrás, grande parte das pessoas que tinham acesso ao mundo do ciberespaço, recusavam pertencer a alguma comunidade de “rede social”, tais como o Orkut, o Hi5, LinkedIn, MySpace, etc., por dizerem se tratar de um universo de adolescentes, propício apenas para a invasão de privacidades, fraudes e crimes (pedofilia, pornografia e pirataria).
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Hoje a realidade é outra. A edição de Junho da revista INFO, que já está nas bancas no Brasil, traz uma questão polémica: o uso das redes sociais ajuda ou atrapalha sua carreira profissional? Existem truques e dicas para usar essas redes a seu favor e crescer profissionalmente no mercado de tecnologia (além de fugir de eventuais gafes)?

Com as transformações sociais, ocorridas pela inserção de novas tecnologias de informação e de comunicação mediadas por computador, o “mercado” forçou-se a adaptar-se aos novos tempos. De facto, o “mercado” é sempre o primeiro ramo da sociedade que se adapta às transformações, uma lição que as demais áreas deveriam começar a aprender urgentemente. Não que eu faça apologia ao mercado, porém muitas vezes a guerra é vencida justamente ao se estudar as estratégias do adversário, não é verdade?

As “redes sociais” hoje fazem parte do quotidiano das pessoas, só no Brasil a popularidade do Orkut é tão grande que tornou-se quase um novo documento de identidade. É como se fosse o Currículo individual do cidadão no ciberespaço. Antes, um seleccionador de empregos tinha a necessidade de buscar informações sobre o seu candidato através de cartas de recomendações, de longas entrevistas com o mesmo, a fim de sacar deste os seus interesses, o seu universo criativo, a sua rede de relações… hoje, gradativamente, essa realidade vem sendo alterada com o uso dos computadores.

No começo deste ano eu assisti a uma reportagem numa emissora brasileira com uma psicóloga que trabalha justamente neste campo da selecção de pessoal de uma grande empresa. Segundo ela, o primeiro passo, após escolher entre os inúmeros currículos profissionais apresentados pelos candidatos é fazer uma varredura na Internet do sujeito. Com uma simples pesquisa pelo nome é possível descobrir muita coisa sobre o cidadão, através dos dados disponibilizados pelas entidades governamentais, etc. Sabe-se, por exemplo, se o candidato é um bom pagador, se não tem dívidas no mercado, se é estudioso e se faz concursos como vestibular e empregos, quais são suas ideias, se tem um blogue onde expõe seus interesses, sua visão de mundo. Que tipos de ambientes frequenta, em que festas e com que amigos costuma andar, quais comunidades de interesse na Internet participa, se são também profissionais ou somente lúdicas, etc.

Uma série de questões poderiam ser levantadas quanto à privacidade e a individualidade das pessoas nesta era das intrusões. No entanto, facto é que essa realidade existe e está acessível cada vez mais a um número maior de pessoas, não por uma imposição directa de uns sobre outros, mas pela própria adesão dos indivíduos voluntariamente. Portanto, antes de sair escrevendo qualquer tipo de besteira nos Blogues, e sites sociais e de relacionamento, tenha em atenção as consequências dessas atitudes para o restante de suas vidas, incluindo os campos profissionais, morais e cívicos, pois a responsabilidade criminal hoje também é acompanhada pela ciberinvestigação. Muitas redes de burlas e crimes, tais como tráficos, pedofilia e fraudes estão sendo desmanteladas com a ajuda da ciberinvestigação.
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Como defendo, a Internet não é uma rede de computadores, mas de pessoas. Ela é o espelho recriado e virtual da sociedade. Não é um mundo imaginário e fictício. Pensemos nisso!

1 comentário:

Anónimo disse...

Interessante essa questão nunca tinha pensado por esse prisma. VOu tomar mai cuidado com meu Orkut pois tá cheio de merda nele.
Guto do Escola Livre