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segunda-feira, 7 de abril de 2008

Falam, falam e não se percebe nada... Palmo, neles!

A capacidade de memorização de um sujeito médio, é, aproximadamente de 15 palavras por frase, num escrito" (*1)

Hoje descobri o “palmo” (empan). É uma medida que determina a capacidade de um sujeito médio memorizar palavras lidas. Segundo os expertos no assunto, um sujeito médio (não especificam o que é esse sujeito médio) consegue memorizar, aproximadamente, 15 palavras por frase. Mais que isso, as ideias começam a ficar baralhadas e a concentração exigida é muito maior.

Por isso, os textos jornalísticos são laboriosamente cuidados para serem escritos de forma a não cansar o leitor, visando à objectividade da mensagem a ser transmitida. As mensagens publicitárias, também. Quanto mais curtos forem os períodos, melhores.

Parece ser uma coisa amplamente difundida no senso comum, um conhecimento que sabem todos. Só não sabem disso os intelectuais. Tenho tido de ler cada texto cansativo, prolixo, confuso. Quando comecei a ler Pierre Bourdieu, detestava-o, pois não o compreendia, perdia-me completamente na leitura. Quando terminava a frase, já não sabia o que a tinha iniciado. Por isso, criei certa resistência a este autor. Passado algum tempo, forçado a lê-lo por conta do curso, comecei a percebê-lo e a “gostar”. Então, passei a culpar a tradutora dos livros do francês para o português. Ao chegar a Portugal, e na ausência de livros traduzidos, tive de recorrer aos originais em francês. Então, percebi a dupla dificuldade. Não era nada por conta de tradução mal feita, era sim pela escrita mal urdida.

Oxalá, eu aprenda a escrever de forma clara e objectiva e que possa ser compreendido pelos meus leitores, sem vir a incorrer no erro da herança intelectual sociológica. Por isso, faço uso desse blogue, para poder treinar a escrita e receber as críticas dos leitores. Não são muitos os críticos, mas, de vez em quando aparecem.

(*1) In BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, p. 79.